Conheça, na prática, o que é o programa BPC da Canaoeste
Produtores que disseram ‘sim’ ao projeto oferecido pela associação estão recebendo orientações e caminhando juntos rumo à certificação
O programa de Boas Práticas e Certificações (BPC) serviço oferecido pela Canaoeste segue orientando os produtores participantes deste primeiro grupo de trabalho. Além dos conteúdos e explicações que são divulgados em cada nova edição da Revista Canavieiros, o trabalho em campo segue firme com mudanças e adequações nas propriedades rurais, o que comprova o engajamento dos associados. De olho nesse cenário, nossa equipe acompanhou, no mês de março, uma visita realizada pela especialista em Processos Agrícolas, Maria Letícia Guindalini Melloni. A profissional faz parte do Comitê de Boas Práticas e Certificações da Canaoeste e auxilia os produtores nesse processo de certificação.
Fomos até a Fazenda Bela Vista do produtor Leandro José Rosolen, em Pirassununga, a 130 km de Sertãozinho. As atividades ligadas às boas práticas da propriedade estão sob o gerenciamento de Bruno Rosolen que nos mostra, nessa segunda etapa, as adequações que já foram feitas e o que ainda está por vir no local.
Fomos até a Fazenda Bela Vista do produtor Leandro José Rosolen, em Pirassununga, a 130 km de Sertãozinho. As atividades ligadas às boas práticas da propriedade estão sob o gerenciamento de Bruno Rosolen que nos mostra, nessa segunda etapa, as adequações que já foram feitas e o que ainda está por vir no local.
Sabemos que participando do programa BPC, o produtor aprende sobre processos, adequações e os benefícios que envolvem uma produção mais sustentável. O resultado disso são os incentivos fiscais, a boa reputação, o aumento da visibilidade e a garantia de novos negócios entregando um produto de qualidade e com maior retorno financeiro.
Entre as mudanças, Rosolen revela que no local foram reativados e readequados os banheiros, sendo um feminino e um masculino; na área de convivência, para os funcionários, foram colocadas cadeiras e melhoramento da cozinha, além de tambores coloridos para a separação correta dos materiais recicláveis. “No banheiro da oficina não tinha chuveiro, não tinha ganchos para toalhas e fizemos essa adequação”, comenta Bruno Rosolen. Ainda na oficina, as sucatas agora têm um local próprio para armazenamento, sendo destinadas para o ferro-velho.
Na área em que são guardados os defensivos agrícolas, o gerente da fazenda adequou o armazém colocando os produtos sob paletes, separando galões, dando segurança para que não ocorra nenhum acidente. O local já possuía itens de segurança, garantindo acesso somente às pessoas autorizadas; ventilador para inibir qualquer acidente com a exposição de produtos; prateleiras com a identificação de cada classificação do defensivo, faltando apenas fazer a contenção para caso de derrames e algumas placas de sinalização, que fazem parte do próximo passo.
Para facilitar e também que não sejam colocados produtos além do permitido, a gestão fez a compra de um software para organizar melhor o estoque. Com a ferramenta é possível saber quais itens se tem guardados e quais são necessários adquirir. “Antes estava tudo misturado. Precisava de um produto estava escondido e você não sabia, acabava pedindo e tinha”, explica Rosolen.
Já o local de armazenamento dos galões e embalagens vazias de agroquímicos, inclusive, é uma das obras em andamento na Fazenda Bela Vista. O espaço passa por adequação, com a construção de contrapiso, colocação de portão e fechamento de frestas para evitar que animais possam adentrar ao local, e, escadaria para acesso; o galpão fica em um ponto estratégico e seguro da propriedade. “As embalagens vazias, fazemos a lavagem tripla com água, separamos galões e tampas e encaminhamos em segurança para uma empresa que recebe esses itens em Pirassununga”, frisa Rosolen.
Na parte externa, onde fica o tanque de óleo diesel, o local deverá receber caixas de contenção e de separação de água e óleo; e uma canaleta para coletar qualquer tipo de vazamento de combustível que possa ocorrer. Além disso, a ideia do administrador da fazenda é a construção de um novo tanque.
Os colaboradores da fazenda também são beneficiados com o controle pontual de suas horas trabalhadas. Mesmo com número de funcionários menor que 20, a marcação de ponto é feita no local de convivência, mostrando que o produtor tem como valor as boas práticas agrícolas. “Conseguimos ter mais controle sobre o que o funcionário está fazendo, a hora que está chegando, a hora que está indo almoçar e saindo de serviço. Isso demonstra que respeitamos esses colaboradores, pagamos tudo corretamente e estamos cumprindo com as normas”, acrescenta Bruno Rosolen.
Próximos passos
De acordo com o cronograma da Canaoeste, todos os produtores associados que participaram do programa BPC terão esse acompanhamento individualizado, já que cada um possui uma necessidade de adequação diferente. “Estamos juntos, passo a passo nesse processo. Alguns produtores se adiantaram porque já havia uma intenção de fazer algumas reformas, mas cada um deles vai ter um cronograma particular e personalizado”, destaca Letícia Melloni.
Já quando é analisado pelo Comitê de Boas Práticas o que foi feito até aqui com relação ao programa, é indiscutível notar a evolução, mostrando que, na prática, os produtores estão entendendo as fases do projeto de certificação. “Isso é uma coisa que nos deixa gratificados, porque conseguimos perceber que eles ficam felizes com as evoluções tanto de benfeitorias para os funcionários quanto para eles. Então, eles percebem vantagem nisso e ficamos muito felizes porque estão seguindo uma cartilha que não é fácil de seguir e mesmo assim estão muito felizes, muito contentes e focados”, explica Letícia.
No caso da Fazenda Bela Vista, a sequência será avaliar se as modificações que listamos na reportagem foram finalizadas, para, enfim, entrar na fase seguinte do cronograma. “Estamos no começo do projeto e vimos grandes evoluções aqui na fazenda. Vimos principalmente modificações que já foram realizadas e também que os produtores estão preocupados com os funcionários e com o meio ambiente”, explica Letícia. “Conseguimos ver, por exemplo, o quartinho, a catalogação dos produtos através de um software de gestão. Eles têm um pedreiro trabalhando na fazenda com as adequações que vão ser realizadas na parte de benfeitorias, então, é muito bacana. São produtores que estão bastante engajados e com força p ara conseguirem o objetivo”, finaliza.
É importante lembrar que outros produtores associados da Canaoeste que ainda não fazem parte do Programa de Boas Práticas e Certificações poderão ingressar em novos grupos. Bastar entrar em contato conosco através do telefone (16) 3946-3316.
Por: Eddie Nascimento