Demanda aquecida eleva preços do etanol e aquece o mercado em novembro
Média mensal do etanol hidratado registra alta significativa, enquanto açúcar cristal encerra o mês com queda
O mercado de etanol hidratado apresentou crescimento expressivo em novembro, impulsionado pela forte demanda e pela proximidade do encerramento da safra 2024/25 no Centro-Sul. De acordo com o Indicador CEPEA/ESALQ, a média do etanol hidratado foi de R$ 2,6201/litro, registrando alta de 3,91% em relação a outubro. Já o etanol anidro alcançou R$ 2,8828/litro, com avanço de 2,41% no mesmo comparativo, considerando apenas o mercado spot.
Pesquisadores do Cepea atribuem essas valorizações à expectativa de aumento na demanda em dezembro, devido às festividades de fim de ano, e ao ajuste da oferta provocado pelo fim da safra. Além disso, o volume de etanol hidratado negociado ao longo de novembro foi o quarto maior da temporada 2024/25 e o maior para o mês desde 2020, reforçando o aquecimento do mercado.
No acumulado parcial da safra (abril a novembro de 2024), as médias dos Indicadores CEPEA/ESALQ apontam alta de 0,26% para o etanol anidro e de 2,03% para o hidratado em relação ao mesmo período da safra anterior.
Enquanto o mercado de biocombustíveis registra alta, o açúcar cristal negociado no mercado spot de São Paulo encerrou novembro em baixa. O Indicador CEPEA/ESALQ, referente à cor Icumsa de 130 a 180, fechou a R$ 164,55/saca de 50 kg na sexta-feira, 29, uma redução de 1,57% em relação à semana anterior.
Apesar do recuo no final do mês, os preços médios de novembro permanecem como os maiores nominais da série histórica do Cepea. A oferta limitada de açúcar de melhor qualidade (Icumsa até 150) para pronta-entrega, devido ao maior volume comprometido com exportações, contribuiu para a sustentação dos preços ao longo do período. Ainda assim, o aumento registrado nas máximas levou compradores a resistirem a novos reajustes.
Cenário para dezembro
Com a aproximação das festas de fim de ano e a redução das operações ligadas à safra, espera-se que tanto o etanol quanto o açúcar continuem em destaque no mercado. A expectativa de maior consumo pode pressionar os preços dos combustíveis, enquanto o segmento de açúcar deve equilibrar as exportações com a demanda interna.