Serviço de locação e demarcação em campo: é importante o produtor ficar de olho!
Veja o que fazer quando os “bons e velhos marcos de divisa” sumirem em meio à preparação do plantio
Em todo o início de safra, o produtor começa a preparar a sua lavoura para o plantio. Entre tantos outros cuidados que se deve ter nesse momento, os marcos de divisa mostra até onde se pode plantar.
Sem dúvida, essa é uma questão importante, principalmente quando “os bons e velhos marcos de divisa” sumiram em meio à propriedade. Ter ciência desses pontos se torna importante e evita principalmente muita dor de cabeça, quando, por exemplo, por falta das marcações, um produtor invade por engano uma propriedade vizinha.
Para evitar esse tipo de constrangimento, a Canaoeste possui o serviço de locação e Demarcação em campo, um dos trabalhos desenvolvidos pela equipe de Geotecnologia da associação.
Para mostrar ao nosso leitor a importância desse serviço, acompanhamos o trabalho feito pelo topógrafo da Canaoeste, Creomar Torres Peres, em uma propriedade rural próximo à cidade de Pitangueiras, localizada a 28 km de Sertãozinho.
Primeiramente, o profissional realiza o rastreamento dos marcos existentes, para depois, já no escritório calcular as coordenadas dos outros marcos de divisa que foram perdidos. Segundo Peres, geralmente o associado solicita esse tipo de serviço quando vai realizar o plantio de cana-de-açúcar ou de outra cultura e percebe que as marcações sumiram. “Muitas vezes, durante as operações mecanizadas, como colheita e adubação, alguma máquina bate num desses marcos de madeira ou concreto e acaba derrubando, por isso, eles somem. Então, o produtor solicita nosso trabalho para rastrearmos os marcos existentes para, a partir daí, reconstituirmos o descritivo da matrícula da propriedade. Conseguimos assim, ter o desenho do polígono e criamos as coordenadas dos marcos que foram perdidos”, explica.
GNSS
Para fazer as medições, o topógrafo conta com o auxílio de um equipamento chamado GNSS (Global Navigation Satellite System). Esse equipamento possui outras duas partes, a primeira delas é o “RTK Base”, um transmissor de ondas de rádio que durante o procedimento é montado sob um tripé e fica emitindo sinais, enquanto o receptor móvel chamado de “Rover” fica em posse do profissional. O topógrafo se desloca pela propriedade e quando encontra um dos “marcos” existentes, para, posiciona o equipamento, e o cruzamento de informações acontece. Com isso, é possível obter de maneira precisa as coordenadas geodésicas.
Com os dados coletados, chegou a hora de guardar os equipamentos, voltar para o escritório e passar para o computador todas as informações. “Processando esses dados, geramos as coordenadas para fazer a locação e no dia seguinte, voltamos a propriedade para instalar a base no mesmo ponto, inserindo a coordenada precisa”, explica.
Retornando a propriedade rural e, novamente com o auxílio do GNSS, a equipe remarca os marcos que foram perdidos. Nesse momento, é imprescindível que o proprietário esteja com o topógrafo, para conferir se os locais marcados realmente fazem parte de sua propriedade. “Este é um tipo de trabalho que precisa do acompanhamento do associado para que não existam dúvidas sobre os locais marcados”, frisa Peres que acrescenta. “O proprietário coloca esses marcos novamente e a partir daí ele tem a referência exata de onde é o limite da sua propriedade para não invadir e também para que outro produtor não invada “, orienta Peres.
Tendo feito tudo isso, é trabalho concluído. “Com as marcas devidamente alocadas, furos feitos e marcos instalados, o serviço está finalizado, mas é bom reforçarmos, que algumas vezes, fazemos esse trabalho de locação e o proprietário ainda não tem o marco ou uma ferramenta para poder fazer o furo no momento. Nesse caso, deixamos uma estaca ou um piquete, mas é importante que quanto antes a pessoa puder, instale esses marcos para não perdê-los de vista”, finaliza.
É importante destacar que para ter acesso a esse serviço realizado pela Canaoeste, basta o associado procurar o escritório mais próximo.
Outras curiosidades
O que é o Car?
O CAR é o Cadastro Ambiental Rural. Um cadastro eletrônico, obrigatório para todas as propriedades e posses rurais. É através desse documento que o profissional da Canaoeste, no caso do topógrafo Creomar Torres Peres, consegue realizar a marcação dos polígonos (linhas fechadas formadas apenas por segmentos de reta). “Normalmente temos o CAR da propriedade, que é um polígono já referenciado, não com uma precisão de engenharia, mas que nos dá uma orientação de onde fica a propriedade. Solicitamos a matrícula do proprietário para ver se as informações da matrícula estão corretas e se elas podem ser utilizadas para poder fazer essa locação. A partir daí, entramos em contato com o proprietário e combinamos a marcação”, frisa Peres.
Diferença entre marcação e locação de divisa?
“A marcação de divisa algo que posso simplesmente fazer uma marcação de um ponto a outro através do GPS e vou estabelecendo, de acordo com o que o proprietário quer pequenas marcações dentro dessa linha. Já na locação de divisa, necessito da matrícula e que o descritivo esteja com informações precisas. Preciso gerar essa coordenada no escritório para depois vir a campo já com essa coordenada e com o GPS e fazer a locação. Isso vai me conduzir até o ponto exato daquela coordenada”, comenta Peres.
Todos os serviços do núcleo de geotecnologia da Canaoeste
Retificação, Desmembramento e Aglutinação de área; Conferência de divisa; Curva de nível; Levantamento Planimétrico, Altimétrico e Planialtimétrico; Locação e Demarcação em campo; Sistematização de Plantio de Cana-de-açúcar; Elaboração de Mapas, Cartas, Plantas e Croquis de Situação, Suporte ao PEQ (Plano de Eliminação de Queima), CAR (Cadastro Ambiental Rural) e SARE (Sistema de Apoio a Restauração Ecológica).
Eddie Nascimento