Análise da ATR fator qualidade
A qualidade da cana-de-açúcar é essencial para que possa se obter o máximo de rendimento e produtividade e os fatores que interferem na qualidade da matéria-prima podem ser entendidos como aqueles que atuam reduzindo como: impureza vegetal, mineral, matéria estranha e pragas ou melhorando (como o tratamento de cana, da qualidade do solo) a qualidade tecnológica da cana.
Para facilitar a caracterização da qualidade da cana como matéria-prima para a indústria sucroenergética são utilizados parâmetros, que podem e devem ter os seus índices ajustados a medida que se aumenta o conhecimento, a disponibilidade de recursos e as exigências de mercado. Quanto maior a pureza da cana, melhor a qualidade da matéria-prima que teoricamente seria mais fácil de recuperar o açúcar.
Nos últimos anos, pesquisas sobre a qualidade da matéria-prima e trabalhos entre as instituições como a Ridesa, UFSCar, Consecana entre outros. A partir das análises de correlação e regressão destes indicadores, tem sido possível dimensionar o impacto da qualidade da matéria-prima sobre o rendimento industrial, sobre as perdas, insumos e qualidade do açúcar produzido, tudo para conseguir entregar uma cana de melhor qualidade para a usina.
A análise da ATR fator qualidade
Um dos assuntos mais comentados é o pagamento da cana. Atualmente utiliza-se o Kg de ATR (Açúcar Total Recuperável) para formação do pagamento da cana entregue na unidade produtora e alguns tipos de contratos de fornecimento são obtidos por meio de análise da qualidade da matéria-prima (cana-de-açúcar).
O fator qualidade da cana é um prêmio dado aos fornecedores quando ele entrega uma cana com sua qualidade mais alta (não tendo um valor base depende do delta da pureza). O pagamento é feito convertendo o delta pureza em quilo de ATR desenvolvido. Esse prêmio normalmente é dado a quem trabalha com ATR relativo e o valor que vai possibilitar o prêmio depende do valor do ATR naquela quinzena. O ATR relativo pega a média do ATR e foi desenvolvido pelo Consecana e Unica – os fornecedores que entregam a cana abaixo da média ganham um prêmio até chegar na média. Os fornecedores que entregam acima da média perdem até chegar na média.
Esse prêmio que o fornecedor acaba recebendo acima do ATR da usina faz com que ele busque cada vez mais melhorar sua pontuação. “É aí que entra o trabalho da Canaoeste porque isso faz com que o serviço agronômico e o serviço do laboratório rodem. Podemos fazer uma analogia entre o agrônomo sendo médico da cana e o laboratório sendo o biomédico e trabalhamos juntos por melhores resultados aos nossos associados. No ano passado, sentimos um aumento de 15% no aumento do ATR fazendo acompanhamento”, destacou o encarregado do laboratório de sacarose da Canaoeste, Lucas Guidugli Teodoro.
De acordo com ele, o acompanhamento engloba muito mais do que somente realizar a análise e o produtor precisa seguir corretamente o que é passado para ele. “É preciso fazer toda a análise de solo pra ver como ele está bem como a questão de nutrientes, pragas que derruba muito o ATR e a Canaoeste também conta com uma equipe totalmente capacitada para realizar esse levantamento. A parte agronômica, de pragas e de laboratório é tudo um ciclo que precisa ser respeitado. É como se fosse um check-up de um médico se seguir à risca você consegue levar tudo numa boa sem ter surpresas”.
Parametrização de resultado
Desde o ano passado, o Laboratório de Sacarose passou a realizar a parametrização de resultado para apresentar resultados ainda mais coerentes. “Os nossos equipamentos vão para outras empresas calibrar, as amostras são todas rastreadas. Até os nossos parâmetros são calibrados e rastreados. Temos todo o trabalho de comparação de amostras de um ano para o outro para que seja feito um acompanhamento, capacitação, planejamento de manutenção e operação onde segue um procedimento padrão de sequenciamento nos procedimentos”, ressaltou Teodoro.
Fonte: Revista Canavieiros
Escrito por: Fernanda Clariano