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Açúcar sustenta embarques, mas retração do etanol e tarifas dos EUA pressionam setor sucroenergético

Volumes crescem no açúcar, enquanto o etanol enfrenta pior desempenho do ano; sobretaxas americanas seguem restringindo mercado

As exportações brasileiras do agronegócio atingiram US$ 15,49 bilhões em outubro, recorde histórico para o mês, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) analisados pelo Radar Agro, do Itaú BBA. O resultado foi sustentado pelos embarques de soja e proteínas animais, mas o setor sucroenergético se destacou por dois movimentos opostos: aumento dos volumes de açúcar e forte queda no etanol, ambos afetados por preços mais baixos e pelo ambiente tarifário adverso nos Estados Unidos.

O açúcar permaneceu entre os principais destaques do mês, com avanço expressivo nas exportações. O Brasil embarcou 3,6 milhões de toneladas de açúcar VHP, alta de 6,8% e 596,2 mil toneladas de refinado, expansão de 71%.

O aumento reflete maior demanda internacional e a recomposição de oferta global apenas parcial em países concorrentes. Apesar disso, os preços médios recuaram: VHP teve queda de 17%, para US$ 388,7/t e o Refinado, –16%, para US$ 446,1/t.

Mesmo com maior volume disponível, o setor não converteu os embarques adicionais em incremento de receita na mesma proporção, devido à queda nas cotações internacionais.

Outro obstáculo foi o ambiente comercial nos Estados Unidos. As tarifas impostas ao açúcar brasileiro reduziram a competitividade do produto, limitando o acesso ao mercado norte-americano e forçando a realocação dos embarques para outras regiões.

Etanol recua fortemente e sente efeito direto das sobretaxas dos EUA

O etanol apresentou o recuo mais intenso do mês, com embarques de 103 mil m³, queda de 51% em relação a outubro do ano passado. Os preços médios, que subiram 8,3% (para US$ 581,8/m³), não foram suficientes para compensar a perda de participação em mercados tradicionais.

A queda é atribuída principalmente ao impacto das sobretaxas dos Estados Unidos, que afetaram diretamente a competitividade do etanol brasileiro, mesmo em segmentos nos quais o país historicamente encontra espaço, como o mercado de combustíveis renováveis e o uso industrial.

Segundo o Itaú BBA, as vendas totais do Brasil aos EUA caíram 38% na comparação anual. Para o agronegócio, o recuo foi de 34%, com efeito concentrado em produtos alvo das tarifas, entre eles etanol, açúcar, carne bovina, café e madeira.

O relatório destaca que, nos últimos três meses, o peso das tarifas tornou-se mais evidente. Produtos com maior elasticidade comercial, como açúcar, conseguiram ser redirecionados a outros mercados, mas esse movimento não se repete no etanol, cuja logística, contratos e especificações técnicas tornam a realocação mais restrita.

Embora alguns setores tenham compensado perdas nos EUA com embarques adicionais para Ásia, Oriente Médio e África, o setor sucroenergético segue entre os mais afetados pela limitação de mercado.

O governo americano sinalizou a possibilidade de reduzir tarifas sobre café, banana e outras frutas, mas não detalhou se a medida incluiria o Brasil nem se produtos como açúcar ou etanol seriam contemplados. O setor avalia que qualquer alívio pode reduzir a pressão sobre exportadores, mas a incerteza permanece elevada.

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