Manejo Varietal: fator importante para a produtividade agrícola
Um dos grandes problemas que o setor sucroenergético vem enfrentando é a queda da produtividade agrícola. Atualmente a média na região de Ribeirão Preto está próxima a 80,0 ton/há, entretanto este número está abaixo do que é preciso produzir para otimizar os resultados.
Vários fatores podem interferir positivamente na produtividade agrícola, dentre eles, podemos ressaltar as principais práticas de manejo recomendadas para a cultura da cana, como: formação de viveiros e mudas alicerçadas ao planejamento varietal; classificação dos solos e dos ambientes de produção, monitoramento e controle integrado de pragas, doenças e plantas daninhas; correção e adubação de solos de acordo com os critérios estabelecidos para a cultura; monitoramento da operação de colheita mecanizada com o objetivo de evitar ou diminuir o pisoteio das soqueiras; rotação de cultura; entre outras.
Neste contexto destaco o manejo varietal. O manejo varietal é etapa básica do planejamento do plantio que tem como objetivo racionalizar a distribuição das variedades pelo canavial de acordo com o perfil produtivo dos solos e época de colheita da área de implantação do canavial. Escolher qual variedade está mais apta a ser plantada em determinada área e quais devem ser combinadas a ela é uma tarefa necessária para os produtores que almejam alcançar resultados favoráveis. Realizar um adequado manejo varietal, com materiais modernos, mais produtivos e adaptados as mais adversas situações de cultivo, faz toda a diferença, principalmente diante do novo cenário: regiões que apresentam condições edafoclimáticas diferentes das tradicionais; aumento do corte mecanizado; extinção da queima; adoção do plantio mecanizado, incidência de novas pragas e doenças.
O manejo varietal adequado e que deve ser adotado é aquele onde a área de uma determinada variedade não ultrapasse 20% da área da propriedade, respeitando sempre o ambiente de produção e a época de colheita adequada. Muito interessante também é que o produtor diversifique o seu plantio em relação as variedades, ou seja, não plantar apenas uma variedade, assim, pode-se evitar que uma doença ou praga se prolifere na sua lavoura.
Para otimizar o manejo varietal é fundamental identificar o potencial produtivo dos solos. O trabalho de Classificação de Solos e Ambientes de Produção é o alicerce para o trabalho de Manejo Varietal, pois os diferentes tipos de solos, após serem classificados segundos os aspectos morfológicos, físicos, químicos e geográficos, são também classificados segundo o potencial de produção de cada um deles e conceituados como Ambientes de Produção A, B, C, D e E, onde A, tem maior potencial de produção e E, menor. A classificação dos solos e ambientes de produção permitem a realização de manejos mais específicos.
Na tabela apresentada na sequência, segue a recomendação de manejo das principais variedades desenvolvidas pelos três programas de melhoramento genético de cana-de-açúcar no Brasil: o IAC (Instituto Agronômico de Campinas), a Ridesa (Rede Interuniversitária para Desenvolvimento do Setor Sucroenergético) e o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira). Estes programas trabalham ativamente para o desenvolvimento de materiais produtivos, com alto teor de sacarose e adaptados as diferentes condições de cultivo.
A busca por maiores produtividades e qualidade da cana-de-açúcar depende do correto planejamento de plantio e de adequado manejo varietal. O Departamento Técnico da Canaoeste está capacitado para fornecer aos seus associados orientações para a escolha adequada da variedade a ser implantada no canavial. Procure pela Canaoeste para mais informações.
Alessandra Durigan – gestora técnica da Canaoeste