El Niño: Da história a atualidade
O El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico que se refere ao aquecimento anômalo das águas superficiais e subsuperficiais do Oceano Pacífico Equatorial.
O fenômeno climático foi descoberto apenas no século XX. Entretanto, o El Niño já era percebido por algumas populações desde o período colonial. Em países como Chile e Peru, o El Niño provoca chuvas na época do Natal, e por isso, esse evento recebeu o nome de “El Niño”, como alusão ao menino Jesus, que nasceu nessa época.
A frequência de ocorrência do El Niño é a cada dois a sete anos, com duração média de doze meses, com impactos diretos no aumento da temperatura global.
A escala de intensidade é obtida pelo comportamento da temperatura, geralmente, a variação se dá no intervalo de 2 ºC a 3,5 ºC. Em anos de El Niño muito intenso, como aquele que ocorreu entre 1997 e 1998, observou-se valores superiores, que chegaram a um acréscimo de 4 ºC. No atual episódio de El Niño foram observadas temperaturas acima de 2 ºC, corroborando o fato de o mesmo ser considerado um dos 5 eventos mais intensos registrados pela ciência.
O El Niño, como já foi dito, representa o aumento anômalo da temperatura, e isso reflete em impactos em todo planeta. No Brasil, por exemplo, há tendência de longos períodos de seca, principalmente nos estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste, e em áreas das Regiões Norte e Nordeste, enquanto nos estados da Região Sul, são verificados volumes excessivos de chuva e inundações.
Vale ressaltar que a redução dos índices pluviométricos afeta diretamente a disponibilidade de água, impactando de forma negativa a fase de crescimento das culturas, e consequentemente a produtividade. Em outras áreas, ocorre o inverso, com áreas agrícolas e culturas experimentando elevados volumes pluviométricos, bem como áreas alagadas.
De qualquer forma a atuação do fenômeno El Niño, ainda mais se tratando de previsões de continuidade e de temperaturas elevadas, nos próximos meses, deverá causar mais impactos negativo do que positivos.
Segundo veiculado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) na terça-feira (05/03/2024), o atual episódio do fenômeno climático El Niño, que representa o aquecimento anômalo do Oceano Pacífico Equatorial, e responsável por efeitos climáticos globais, e cuja intensidade máxima foi observada no mês de dezembro de 2023, e ainda considerado um dos 5 eventos mais intensos já verificados, desde que se têm medições é claro, fará com que as temperaturas nas zonas terrestres ainda fiquem acima da média entre os meses de Março e Maio.
Ainda de acordo com a OMM o atual episódio do fenômeno El Niño vem perdendo força, conforme destacado na Figura 1 (retângulo preto) no mapa global de anomalia de temperatura da superfície do mar (TSM), porém continuará tendo um impacto sobre o clima do Planeta nos próximos meses.
Em termos de previsão: O que esperar do clima para os próximos meses?
De acordo com os dados da NOAA, Figura 2, o final do atual episódio do El Niño e início da fase de neutralidade da temperatura do Pacífico Equatorial, na costa do Peru, só deve ocorrer no mês de abril de 2024. A estação do outono deste ano deverá ser de condições de neutralidade do Pacífico Equatorial, em suma, nem favorável ao El Niño e nem a La Niña. Entretanto, conforme observado já em julho de 2024 espera-se o início do desenvolvimento de um novo episódio do fenômeno climático La Niña, condições contrárias ao El Niño, o que deve adentrar durante todo o inverno.
Segundo a previsão acima, o período que compreende os meses de março, abril e maio, ainda deve ser modulado pelas condições climáticas associadas ao El Niño (superior a 70%), ou seja, de temperaturas elevadas e até acima da média no globo. Já as chances para configuração de um novo evento do fenômeno climático La Niña nos meses de junho, julho e agosto, ou seja, no inverno do Hemisfério Sul são superiores a 50%.
No caso da Canaoeste, localizada na Região Sudeste do Brasil, de acordo com as previsões, as causas e efeitos do El Niño quanto à precipitação, não estão ainda bem esclarecidas. Em anos de El Niño, as chuvas nessa região, geralmente, ficam em torno da média.
Em relação a temperatura, em anos de El Niño, tende a se comportar acima da média, principalmente no inverno e verão.
De fato, o atual episódio do fenômeno El Niño está findando, e modelos levam a crer, que teremos um curto período de neutralidade, que após, mudará o padrão climático com a configuração do fenômeno La Nina.
Mudanças veem por ai……Aguardemos!!