A batalha das narrativas e a importância da comunicação no agro
A célebre frase de Abelardo Barbosa, o Chacrinha – “Quem não se comunica se trumbica” – é mais atual do que nunca. Proferida nos anos 1950, quando o rádio dominava a comunicação de massa, essa máxima reflete a importância vital da comunicação, seja no meio artístico, no mundo dos negócios, ou no agronegócio. Desde a inauguração da TV no Brasil, com a extinta TV Tupi de Assis Chateaubriand, até a era digital em que vivemos, a comunicação evoluiu exponencialmente, ganhando velocidade, dinamismo e novas formas de expressão com a internet e as mídias digitais.
Apesar dessas transformações, um fato permanece inalterado: quem não se comunica de forma clara e eficaz corre o risco de perder espaço. Esse princípio é especialmente verdadeiro no setor agrícola, que, além de ser dinâmico e competitivo, exige que as decisões sejam tomadas rapidamente e com base em informações precisas.
Fundada em 1945, a Canaoeste sempre esteve atenta às mudanças no cenário da comunicação e, próxima de completar 80 anos de existência, entende que boas ferramentas de comunicação são essenciais para seu sucesso. No agronegócio, onde as margens são apertadas e os desafios, constantes, uma comunicação eficiente é muito mais que um diferencial competitivo — é uma necessidade estratégica.
Ao longo dos anos, a Canaoeste vem aprimorando seus mecanismos de comunicação para garantir que suas ações, projetos e a defesa dos interesses de seus associados estejam sempre bem representados. Um exemplo claro desse esforço está na luta contra as chamadas “fake news” – uma praga que também afeta o setor agroindustrial. A batalha das narrativas se tornou ainda mais acirrada com o crescimento das redes sociais, onde as notícias falsas se espalham rapidamente.
Um episódio recente ilustra bem essa situação: nas últimas semanas de agosto, surgiram notícias que tentavam responsabilizar os produtores de cana pelas queimadas e incêndios que devastaram canaviais. Para combater essa desinformação, a equipe de comunicação da Canaoeste prontamente emitiu notas oficiais, concedeu entrevistas e utilizou diferentes canais – rádio, TV, jornais e portais digitais – para esclarecer os fatos e proteger a imagem dos produtores.
A Canaoeste, com quase oito décadas de história, aprendeu que para falar com seus mais de 2.000 associados, é preciso mais do que uma única ferramenta de comunicação. O setor agrícola é composto por produtores com perfis variados e necessidades distintas, o que exige uma abordagem personalizada. Seja por meio de canais digitais ou analógicos, a comunicação precisa ser ajustada para garantir que o que realmente importa chegue ao produtor de forma clara e objetiva, sem ser sufocado pelo excesso de informações irrelevantes ou falsas.
Esse esforço de comunicação não se restringe apenas ao público interno. A Canaoeste também se dedica a manter um diálogo aberto e transparente com a sociedade, promovendo práticas agrícolas responsáveis e sustentáveis. Em um mundo cada vez mais preocupado com questões ambientais, é crucial que a comunicação com o público externo seja assertiva e baseada em fatos, para que o agro seja reconhecido como um setor comprometido com a sustentabilidade e o desenvolvimento econômico.
Em um cenário de desinformação crescente, a comunicação eficiente é o que separa as instituições que prosperam das que ficam para trás. A Canaoeste, ao longo de sua trajetória, tem se reinventado constantemente para garantir que seus associados e o setor sucroenergético como um todo sejam bem representados, tanto no âmbito das políticas públicas quanto na opinião pública.
A comunicação transparente, dinâmica e fundamentada na verdade é o que permite que as associações como a Canaoeste protejam os interesses de seus associados e promovam a imagem positiva do agro, combatendo as “fake News” e participando ativamente das discussões que moldam o futuro do setor.
Almir Torcato é gestor executivo da Canaoeste.