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Espécies da nossa Fauna

A biodiversidade da nossa fauna é um dos maiores tesouros naturais que temos, repleta de espécies únicas que desempenham papéis essenciais nos ecossistemas. Conhecer essas espécies é o primeiro passo para compreendermos a importância de preservá-las e garantirmos a continuidade de seu ciclo de vida.

Cada animal, desde os pequenos insetos até os grandes mamíferos, tem uma função crucial na manutenção do equilíbrio ambiental. Eles contribuem para a polinização, controle de pragas, dispersão de sementes e até para a regeneração dos solos.

Infelizmente, muitas dessas espécies estão ameaçadas devido à degradação ambiental, caça ilegal e destruição de habitats naturais. Conhecer e valorizar nossa fauna é, portanto, uma ação fundamental para a conscientização ambiental e para o engajamento na proteção desses seres incríveis.

Onça-Parda (Puma concolor)

Conhecida como Onça-Parda, Puma ou Suçuarana, esse felino é a espécie terrestre com a mais ampla distribuição geográfica das Américas, podendo ocupar vários tipos de ambientes. Pode medir em média 1,50 metros (sem a cauda) e pesar até 72 kg, apesar de já ter sido registrados machos com 110 kg.

São animais crepusculares/noturnos, ou seja, são ativos no final da tarde e começo da noite, tendo hábitos solitários. São estritamente carnívoros, podendo abater qualquer tamanho de animal. Considerada como “vulnerável” conforme a lista nacional do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio) e como “pouco preocupante” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a Onça-Parda vem sofrendo diminuição da população devido a diferentes fatores, como: caça esportiva, preventiva ou retaliação a predação de animais domésticos, perda de habitat e atropelamentos.

Caso fique frente a frente com esse animal, as orientações são as seguintes: A Onça-Parda raramente vai ao encontro de pessoas, porém manter distância é a melhor opção, aguardando que o animal siga seu caminho de forma natural. Caso a Suçuarana esteja próxima a sua residência, mantenha-se dentro da residência até o animal se afastar. No canavial é comum o hábito de encontrar filhotes e animais jovens, não os retire nem espante do local, avise as autoridades competentes ou aguarde até a mãe resgatar os seus filhotes, o que deve ocorrer durante a noite.

capivara

Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris)

A capivara é o maior roedor do mundo. Quando adultos, podem atingir até 100 kg, seu comprimento varia de 106 a 134 cm. São animais que possuem uma pelagem longa e grossa, variando nas cores, de um marrom-avermelhado até um marrom-amarelado.

Uma característica excepcional são suas patas, contam com quatro dedos nas patas dianteiras e três nas traseiras, os quais são revestidos por uma membrana interdigital, que auxiliam os movimentos do animal na água. Como todos os roedores, as capivaras também possuem dois dentes incisivos protuberantes.

O animal é encontrado em toda a América do Sul, e em todo o território brasileiro, se adaptando super bem a ambientes modificados pelos homens. Seu comportamento da espécie é extremamente dócil, ao menor sinal de perigo, se lançam na água e mergulham, podendo ficar até cinco minutos submersos.

As capivaras formam grupos sociais, podendo conter até 40 indivíduos, dominados por um macho alfa. São ativas em qualquer hora do dia, mas mais ativas das 16 horas, até o início da noite.

São totalmente herbívoros, alimentando-se basicamente de capim. Se reproduzem todos os anos (até duas vezes), gerando uma média de oito filhotes por gestação. Cada gestação desses animais dura 16 semanas.

Na questão de extinção, essa espécie é classificada como pouco preocupante pela lista nacional do ICMbio.

Cachorro-do-Mato (Cerdocyon thous)

O conhecido Cachorro-do-Mato mede cerca de 57 a 77 centímetros de comprimento. Podem pesar de 4,5 a 8,5 kg, a pelagem do animal tem a coloração cinza-clara, podendo variar em alguns indivíduos da espécie. Possuem hábitos noturnos e crepusculares, quase sempre vagando em duplas ou solitários.

Esses animais são encontrados em uma grande parte da America Latina, no Brasil, cobrem quase todo o território, exceto uma grande parte da floresta amazônica, área em que ocorre uma outra espécie, o Cachorro-do-Mato-de-Orelha-Curta (Atelocynus microtis).

São animais onívoros, sua dieta inclui frutos, animais de pequeno porte, insetos, anfíbios, caranguejos, aves e carniça.

Considerado pouco preocupante tanto pela lista do ICMBio quanto pela IUNC, o Cachorro-do-Mato por conseguir viver próximo de áreas urbanizadas, é uma constante vitima de atropelamentos em todo o Brasil.

Esses animais são inofensivos, nunca registrados ataque a humanos. O mais certo de se fazer é manter a distância, não fazer contato e acionar as autoridades competentes.

Gambá (Didelphis albiventris)

Ocorre nos Campos Sulinos, Caatinga, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica, se adequando muito bem em áreas de produção rural e urbanas (abrigando-se em forros e em terrenos baldios).

Esses animais pesam de 500 g a 2,75 kg e podem medir de 30 a 44 cm de comprimento. As fêmeas são sempre maiores que os machos. A coloração varia muito, de indivíduos escuros até quase brancos, mas normalmente são cinza-claros, com as orelhas esbranquiçadas. As características são as mesmas dos seus parentes, Gambá-de-Orelha-Preta (Didelphis aurita).

Possuem hábitos predominantemente noturnos, abrigando-se, durante os dias, em locais escuros. São excelentes escaladores, vivendo a maior parte do tempo em cima das árvores. São animais de hábitos solitários, exceto na época reprodutiva.

Em relação à alimentação, os gambás são onívoros, comendo desde pequenos animais, principalmente insetos e frutos, sementes, cobras, escorpião, entre outras coisas. São bem vistos quando estão nas áreas de produção, pois auxiliam no controle natural de animais peçonhentos.

Uma característica curiosa sobre os Gambás é que eles são marsupiais, assim como os cangurus da Austrália, ou seja, as mães carregam seus filhotes no marsúpio durante 46 dias aproximadamente.

São considerados como “pouco preocupante” tanto na lista nacional do ICMbio quanto da IUCN. Os principais casos de morte desses animais são atropelamentos. Porém, correm bastantes riscos quando invadem as propriedades rurais ou residências, sendo sempre confundidos com ratos. A diferença entre esses dois animais é o tamanho, sendo bem fácil a diferenciação.

Em situações frente a frente, devemos manter a distância, não são comuns ataques a humanos, entretanto, quando ameaçados podem reagir, ainda mais se tiverem com filhotes. A melhor opção é comunicar as autoridades responsáveis, para que eles possam ser retirados e levados para seus habitats naturais.

Lobo-Guará (Chrysocyon brachyurus)

O lobo-guará é endêmico da América do Sul, ou seja, é encontrado apenas na parte inferior do continente americano. São comumente encontrados em habitats com a maior proporção de gramíneas e arbustos, com árvores bem espaçadas, como os biomas do Cerrado e Pampas. Porém, é possível encontrá-los em outras reuniões como Pantanal e Mata Atlântica.

São os maiores membros da família Canidae (mesma família dos cachorros) na América do Sul. Seu nome científico significa, “cachorro dourado da cauda curta”, pela cor da sua pelagem. O termo “Guará” vem do Tupi, que significa “pelo de penugem”.

Os indivíduos podem atingir entre 95 e 115 cm de comprimento, pesando entre 20 a 36 kg. Possuem pelagem que varia de vermelho-dourado ao laranja, sendo que a parte da crina, das patas e do focinho são pretos, além de uma mancha branca na garganta. Possui um corpo esguio, com pernas longas e finas, sendo uma característica marcante da espécie.

Com hábitos noturnos, o maior pico de atividades é no crepúsculo e na alvorada, contudo esse comportamento varia conforme a temperatura e umidade. Para demarcar seu território, o lobo, urina e defeca em locais bem visíveis, encontrados com facilidade nas áreas em que ocorre. São considerados onívoros, variando de frutos, insetos, até presas maiores.

Também são comumente encontrados em áreas de lavouras em busca de presas, como pequenos mamíferos e aves. Dentre a alimentação da vegetação, um fruto importante para a sua dieta é a Lobeira (Solanum lycocarpumI).

Considerado como “quase ameaçado de extinção” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), esses animais são afetados por três ameaças principais, sendo elas, descaracterização ambiental/perda de habitat, caça e atropelamentos.

Eles não apresentam riscos para os seres humanos. São muito cuidadosos e acanhados, se afastando em qualquer sinal de perigo. A melhor forma de conduzir uma situação de confronto com o lobo é manter a distância e acionar as autoridades competentes.

Tatu-Galinha (Dasypus novemcinctus)

O Tatu-Galinha, conhecido também como Tatu-Folha e Tatu-Nove-Bandas, são parentes próximos dos tamanduás e preguiças, se diferenciando pela articulação das pernas traseiras, podendo se manter de pé com apoio do rabo. Os tatus da família Dasypus são bem fáceis de identificar, possuem escudo dérmico, visivelmente semelhante às escamas, que forma uma carapaça visando proteger o animal de predadores e vegetação. Em comparação os outros espécimes da família, o Tatu-Galinha é o segundo maior e possui geralmente nove cintas móveis e pele macia, o que confere flexibilidade ao animal.

Possui um corpo de 39 a 58 cm, pesando cerca de 3 a 4 quilos, vivendo em média 22 anos. Possuem hábitos fossoriais, isso é animal adepto a escavar o solo e viver em baixo dele. São mais ativos no fim da tarde e no início da manhã, podendo ser visto a noite e durante o dia, dependendo da temperatura do dia. A alimentação desses animais fica restrita a pequenos invertebrados, podendo se alimentar de partes de vegetais, ovos e carniça.

Os Tatus-Galinhas é a espécie de tatus mais distribuída no Brasil, encontrado em todas as regiões e biomas do país. Além da caça, os atropelamentos são as principais causas de mortes envolvendo a espécie. Entretanto, esses animais não estão na lista de animais ameaçados de extinção.

Esses animais são inofensivos, nunca registrados ataque a humanos. O mais certo de se fazer ao se deparar com um é manter a distância, não fazer contato e acionar as autoridades competentes.

Quati (Nasua nasua)

O corpo do Quati mede em média 73 a 136 cm, podendo pesar até 14 kg. O formato da cabeça é triangular, com orelhas pequenas e arredondadas e focinho estreito. A coloração da pelagem varia do marrom ao avermelhado, apresentando cauda com listras escuras em formato de anel.

Ocorrem em todo o Brasil com uma ampla distribuição pelo país, tendo como habitat a floresta amazônica, mata atlântica, caatinga, savanas (cerrado) e montanhas.

Possuem uma alimentação variada, considerado onívoro. Vivem em média 17 anos. O status de conservação da espécie se encontra como não ameaçado. São animais que vivem em bandos, apesar dos machos terem uma vida solitária. São conhecidas duas espécies de Quatis no mundo todo, o Nasua nasua, na América do Sul e o Quati-de-focinho-branco, na América do Norte e Central.

Esses animais são inofensivos, porém curiosos. O mais certo de se fazer ao se deparar com um Quati é manter a distância, não fazer contato e acionar as autoridades competentes.

Jaguatirica (Leopardus pardalis)

A jaguatirica ocorre em grande área, estando presente em todos os biomas do Brasil, povoando mais de 80% das áreas do país. A jaguatirica possui de 72 a 100 cm de comprimento, podendo chegar até 15,5 kg. Muitas vezes são confundidos com filhotes de onça-pintada, por conta da sua aparência e seu tamanho.

A espécie possui hábitos crepusculares/noturnos, podendo ser vista também de dia, normalmente caçando aves. As jaguatiricas são ótimas nadadoras, solitárias e territoriais, podendo gerar grandes conflitos entre membros da mesma espécie.

No seu cardápio restrito a carne, a jaguatirica se alimenta de pequenos roedores, peixes, gambás, tatus, cotias, coelhos, entre outras espécies. Como a maioria dos felinos, a jaguatirica esconde a carcaça do animal abatido para se alimentar depois. O modo de caça desses animais costuma ser bem peculiar, podendo o animal ficar imóvel de 30 a 60 minutos à espreita de sua presa.

Classificada como “pouco preocupante” atualmente, a espécie sofreu vários danos por conta do comércio ilegal de pele, perdendo 200 mil animais entre 1960 a 1970.

Caso fique frente a frente com esse animal as orientações são as seguintes: A jaguatirica raramente vai ao encontro de pessoas, porém manter distância é a melhor opção, aguardando que o animal siga seu caminho de forma natural. Caso esteja próximo a sua residência, mantenha-se dentro da residência até o animal se afastar.

Irara (Eira barbara)

Conhecida também como Papa-mel, a Irara ocorre em toda a América Latina, no Brasil ocorre em todas as regiões e biomas. Os indivíduos dessa espécie possuem corpo esguio, patas curtas e uma cauda comprida e peluda, podendo medir até 71 cm e pesar entre 3 e 7 kg. A coloração varia de um marrom escuro ao preto no corpo todo, da cabeça ao pescoço castanho-claro ou acinzentado. Existe uma mancha alaranjada ou bege na garganta característica da espécie, formando algo como um “babador”.

São animais solitários com hábitos diurnos, possuindo grandes habilidades de nadar, correr e escalar. Consome tudo o que encontram, sendo considerados onívoros, utilizam o olfato como ferramenta.

O nível de conservação do Papa-mel é “pouco preocupante” segundo os dados do ICMBio e IUCN. As principais ameaças são os desmatamentos e degradação dos habitats.

Queixada

Queixada (Tayassu pecari)

Os queixadas ou porco-do-mato, são animais presentes em todo o território brasileiro, exceto em algumas regiões do Nordeste do país. Quando adultos, podem medir até 113 cm de comprimento e pesar até 40 kg. A pelagem varia de um castanho-acinzentado a preto. Os queixadas se diferenciam dos catetos (Pecari tajacu) por conta de uma mancha branca na região da mandíbula que vai até o focinho, nos catetos essa mancha forma um colar branco em volta do pescoço.  Podem ser confundidos também com javalis e porcos-monteiros, que são espécies exóticas/invasoras, bem diferentes e pertencentes a outra família.

Com hábitos predominantemente diurnos, esses animais vivem em grupos de mais ou menos 300 indivíduos, se defendendo do perigo juntos. Os queixadas possuem a necessidade de estarem próximos a florestas e com muita disponibilidade de água, sendo também sensíveis a mudanças no ambiente. Para se comunicar com o grupo, a espécie possui várias vocalizações como bater de dentes. Demarcam território com uma glândula presente no corpo do animal.

São considerados “vulneráveis” para o estado de conservação tanto pelo ICMBio e IUCN. Na Mata Atlântica e no Cerrado as populações de queixadas são consideradas como “criticamente ameaçada” e “em perigo”, respectivamente. A principal causa desse estado é a caça e a perda de habitat.

Esses animais são altamente territorialistas, entretanto não costumam atacar. O bater de dentes funciona inicialmente como um aviso, se continuar a desrespeitá-los, provavelmente irão se defender. Os queixadas possuem dentes bem afiados e todo o grupo defenderá o bando, por isso, o mais certo de se fazer é manter a distância, não fazer contato e acionar as autoridades competentes.

Veado-Catingueiro (Mazama gouazoubira)

O Veado-Catingueiro tem coloração variando entre o avermelhado e cinza, podendo apresentar coloração mais clara no ventre e manchas brancas acima dos olhos. Pode chegar a pesar até 25 kg e medir até 105 cm. Possuem chifres ramificados atingindo em média o tamanho de 12 cm. É comumente confundido com o Veado-Mateiro (Mazama americana).

Ocorrem em grande parte do país, em biomas como o Pantanal, Mata Atlântica, Cerrado, Pampas e Caatinga. Possuem hábitos diurnos e solitários, são tímidos e esquivos, pois são presas de diversos predadores. Esses animais se alimentam de basicamente frutos, folhas e flores. Os filhotes nascem com manchas brancas no corpo todo, para facilitarem na camuflagem e desaparecem no sexto mês de idade.

Em relação ao estado de conservação são considerados como “pouco preocupantes” tanto pelo ICMBio e IUCN, tendo como pericial ameaça a caça.

Esse animal não apresenta risco para os seres humanos. São muito cautelosos, se afastando em qualquer sinal de perigo. A melhor forma de conduzir uma situação de confronto é mantendo distância e acionando as autoridades competentes.

Tamanduá (Myrmecophaga tridactyla)

O Tamanduá-Bandeira é um animal de grande porte, podendo chegar a medir até 120 cm de corpo e 90 cm de cauda. Possui cor cinza-acastanhada, com uma banda lateral que sobe do peito em direção ao dorso, margeada por duas faixas brancas. Com focinho comprido e a boca na extremidade, o comprimento da sua língua pode chegar a 60 cm. Possui garras grandes e fortes e uma cauda grande e peluda, lembrando uma bandeira, origem do nome. Sua distribuição pelo Brasil é bem vasta, exceto no sul do país.

Sua dieta consiste em cupins e formigas, porém pode consumir besouros e outros insetos, tem a língua coberta com uma camada de muco, utilizada para capturar suas presas e suas unhas para abrir os formigueiros e cupinzeiros. O tamanduá chega a consumir até 30 mil formigas/cupins em um único dia.

Por conta dos atropelamentos, incêndios e caça, esses animais estão classificados como “vulneráveis” na lista do ICMB quanto na da IUCN.

O Tamanduá não apresenta riscos para os seres humanos. São muito cuidadosos e acanhados, se afastando em qualquer sinal de perigo. A melhor forma de conduzir uma situação de confronto Tamanduá-Bandeira é manter a distância e acionar as autoridades competentes.