Setor registra crescimento expressivo em transações, com destaque para o segmento de fertilizantes, segundo levantamento da KPMG

O mercado de fusões e aquisições no agronegócio brasileiro alcançou um desempenho inédito nos últimos cinco anos, de acordo com um relatório divulgado pela KPMG. Entre janeiro e dezembro de 2024, foram concluídas 12 transações, um aumento de 140% em relação ao mesmo período de 2023, quando apenas cinco operações foram registradas nos segmentos de açúcar/etanol e fertilizantes. Em anos anteriores, a dinâmica do setor também foi analisada: 11 transações em 2022 e nove em cada um dos anos de 2021 e 2020.

“O segmento de fertilizantes liderou as fusões e aquisições no agronegócio em 2024, com nove operações concluídas. Esse resultado era esperado, visto que se trata de uma atividade que demanda altos investimentos e está sujeita a riscos de contrapartes, especialmente em um contexto de aumento de recuperações judiciais na agropecuária”, avalia Giovana Araújo, sócia-líder de agronegócio da KPMG.

No detalhamento das transações realizadas entre janeiro e dezembro de 2024, das 12 operações concluídas, cinco foram negociações domésticas, ou seja, entre empresas brasileiras. Outras três envolveram a aquisição de empresas estabelecidas no Brasil por investidores estrangeiros (CB1). Três transações foram feitas por brasileiros adquirindo companhias de estrangeiros estabelecidas no Brasil (CB3). Houve ainda uma operação do tipo CB4, em que investidores estrangeiros compraram o controle de uma empresa estabelecida no Brasil que já pertencia a estrangeiros.

O crescimento do mercado de F&A no Brasil

O estudo também analisou o mercado geral de fusões e aquisições no Brasil, que registrou um total de 1.582 transações em 2024. O volume representa um aumento de 5% em relação a 2023, quando 1.505 operações desse tipo foram concretizadas. As fusões e aquisições domésticas (981) lideraram as negociações, seguidas por 394 transações envolvendo empresas estrangeiras adquirindo o controle de companhias brasileiras.

“Os números evidenciam uma retomada significativa no mercado de fusões e aquisições. Após dois anos de queda nessas transações, observamos uma reação das empresas, refletindo maior confiança na economia. Embora os resultados de 2024 ainda estejam abaixo dos registrados em 2022 e 2021, já superam os de 2020 e de outros anos anteriores da nossa série histórica”, explica Gustavo Vilela, sócio-líder de fusões e aquisições da KPMG no Brasil.

Com um cenário de reaquecimento do mercado e um setor agroindustrial cada vez mais robusto, especialistas apontam que o Brasil continua a se consolidar como um dos principais mercados para fusões e aquisições, impulsionado por um ambiente de investimentos promissor e por setores estratégicos que demandam expansão e modernização.