Canaoeste marca presença na Conferência Estadual de Direito & Agronegócio
Fortalecimento do cooperativismo e sustentabilidade foram destaques do evento em Ribeirão Preto-SP
Almir Torcato, gestor corporativo da Canaoeste, participou da Conferência Estadual de Direito & Agronegócio realizada em Ribeirão Preto-SP, no dia 21 de agosto, promovida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional São Paulo, em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp). O encontro reuniu profissionais do setor para discutir questões fundamentais para o agronegócio brasileiro.
Composto por oito painéis, o evento abordou temas como planejamento sucessório, contratos agrários, tributação, sustentabilidade, papel das mulheres no agronegócio, cooperativismo, inovações tecnológicas e investimentos no setor. Entre os destaques, o sexto painel trouxe à tona o impacto do cooperativismo no desenvolvimento econômico e nas inovações tecnológicas do agronegócio.
Sob a condução de Fernanda Ramos, conselheira da OAB SP, os palestrantes exploraram estratégias para fortalecer o modelo cooperativista, essencial para a sustentabilidade do agronegócio no Brasil. Almir Torcato destacou a importância da democratização dos serviços e tecnologias proporcionados pelas cooperativas. “Seja na compra de insumos ou serviços técnicos disponíveis, o produtor, por meio da Canaoeste, tem acesso a informações, soluções tecnológicas e financiamento que dificilmente conseguiria de forma individual”, afirmou Torcato.
Durante sua apresentação, Torcato mencionou programas inovadores da Canaoeste, como o CanaoesteFarm, uma fazenda voltada para experimentos tecnológicos; o CanaoesteLab, um laboratório para análises agrícolas; o CanaoesteGreen, uma moeda de descarbonização; e o SEMEIA, programa que ajuda produtores na adoção de práticas sustentáveis em diversas áreas, como meio ambiente, gestão e certificações.
O gestor também ressaltou o serviço de combate a incêndios, utilizando monitoramento via satélite. “Monitoramos cerca de 3.500 propriedades, além de áreas públicas. Essa tecnologia é crucial para prevenir e combater incêndios, que geram não apenas prejuízos ambientais, mas também financeiros para os produtores”, disse Torcato. Ele reforçou que o uso do fogo para colheita, comum nas décadas de 70 e 80, já foi abandonado, e que atualmente tanto produtores quanto usinas preferem cana crua, colhida de forma mecanizada.
Torcato chamou a atenção para as condições climáticas que favorecem as queimadas, especialmente no período seco. Ele destacou a importância de ações de conscientização nas áreas próximas a centros urbanos, onde atitudes negligentes, como jogar bitucas de cigarro ou realizar churrascos, podem gerar incêndios devastadores.
“Estamos enfrentando o fenômeno do ‘triplo 30’, caracterizado por umidade relativa do ar abaixo de 30%, temperaturas superiores a 30°C e ventos acima de 30 km/h. Esses fatores tornam o controle de incêndios extremamente difícil, até mesmo para as brigadas de incêndio”, alertou.
Cooperativismo e segurança jurídica no agronegócio
Renato Barros, presidente da OAB São Carlos, ressaltou a importância histórica do cooperativismo, lembrando que essa prática foi trazida por imigrantes europeus e tem sido fundamental para o desenvolvimento social e econômico do Brasil. Ele frisou que o cooperativismo é baseado em cooperação mútua, sem a criação de vínculos jurídicos de emprego.
Já Rodrigo Forcenette, presidente da Comissão de Cooperativismo da OAB Ribeirão Preto, discutiu os desafios tributários enfrentados pelas cooperativas. “A reforma tributária traz conceitos complexos, como cashback e split payment, que são difíceis de aplicar em um cenário onde a maioria dos cooperados são pessoas físicas, muitas delas com baixo nível de escolaridade”, observou.
Por fim, Jorge Andreotti, conselheiro da OAB SP, destacou a importância dos consórcios de produtores rurais, uma alternativa que garante segurança jurídica na contratação de trabalhadores, sem a figura do intermediário. Segundo ele, essa forma de organização traz benefícios tanto para os empregadores quanto para os trabalhadores rurais, assegurando melhores condições de trabalho e maior estabilidade jurídica.
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