As expectativas de produção para a safra 23/24 são boas. O Centro-Sul deve processar próximo a 590 milhões de toneladas de cana e a produtividade agrícola deve ser maior que a da safra passada.

Com o andamento da safra, uma questão que sempre preocupa os produtores é a colheita mecanizada, no aspecto qualidade da operação, porque sabe-se o quanto é importante que esse processo seja realizado de forma efetiva tecnicamente a fim de evitar danos para a lavoura de cana.

 A colheita mecanizada é atualmente uma prática que solidifica a sustentabilidade da cultura de cana-de-açúcar porque atende às exigências sociais e ambientais. Praticamente 100% da colheita de cana-de-açúcar no estado de São Paulo é realizada de forma mecânica.

Além dos benefícios sociais e ambientais, a mecanização da colheita proporciona ganhos econômicos, já que as colhedoras reduzem custos e aumentam a eficiência do processo, além das vantagens agronômicas como, por exemplo, a permanência da palhada sobre o solo, que possibilita a manutenção da umidade, diminui o risco de erosão e melhora a fertilidade.

Porém, ainda são muitos os problemas decorrentes do pisoteio na linha de cana pelos maquinários envolvidos nessa operação que provocam muitas vezes falhas de brotação, arranquio de soqueira, redução de vigor e, principalmente, a compactação do solo.

 A compactação do solo é um problema sério ocasionado pelo tráfico de máquinas porque interferi significativamente na produtividade e na longevidade da cana. Como consequência da compactação, ocorre a redução da qualidade física do solo, comprometendo o crescimento das raízes e desenvolvimento das plantas.

Por isso o produtor deve ter muita atenção em relação ao tráfego de máquinas na sua lavoura porque pode ocasionar danos que comprometem todo o seu resultado.

Para que a colheita mecanizada seja eficiente vários fatores devem ser considerados: sistematização da área, características varietais, homogeneidade do canavial, qualidade da operação, maquinários envolvidos, treinamento de equipes, entre outros.

A sistematização é a etapa mais importante e envolve a preparação inicial do terreno. São retirados os tocos, pedras e restos de materiais estranhos da área, realizado o nivelamento da área, dimensionados o formato e comprimento dos talhões, locação de estradas e carreadores, sistemas conservacionistas e planejamento de sulcação.

 Vale citar que um dos grandes desafios desse processo está nas perdas de matéria prima, que podem chegar a 10%, muitas vezes acarretadas pela desregulagem e velocidade alta de trabalho das colhedoras e pela falta de cuidado de operadores. Outros desafios são as impurezas, vegetais e minerais, que são maiores quando comparadas ao processo de colheita manual queimada e podem comprometer a qualidade da matéria prima.

 Sabemos que na maioria das situações quem faz a colheita para o produtor, fornecedor de cana, são as unidades industriais, porém, é muito importante que ocorra o acompanhamento da operação no campo, seja pelo produtor ou por equipes especializadas de levantamento de campo a fim de evitar problemas decorrentes principalmente de pisoteio, velocidade inadequada das colhedoras, desgaste de facas de corte de base e facões dos despontadores, entre outros.

O monitoramento da qualidade das operações agrícolas é de extrema importância para aperfeiçoamento delas, e, dessa forma, seus dados nos dão subsídios para intervir nas operações, garantindo melhores resultados e máxima eficiência operacional e econômica.

A colheita mecanizada é um sistema integrado que quando bem conduzido e monitorado apresenta ótimos resultados, mas é preciso evitar ou minimizar a formação de zonas de compactação no solo devido ao trânsito de máquinas para alcançarmos bons níveis de produtividade e retomar a longevidade dos canaviais

Para otimização dos custos e garantia da produtividade e qualidade da matéria prima devemos estar atentos às perdas e às impurezas decorrentes do processo que acarretam diminuição de eficiência operacional e logicamente comprometem os rendimentos financeiros. Quanto maiores forem os números de perdas e impurezas, menores serão os lucros.

Fique atento à qualidade da operação de colheita na sua propriedade!

A Canaoeste conta com uma equipe técnica para auxiliar os associados no esclarecimento de dúvidas e acompanhamentos diários no campo, a fim de assegurar a qualidade das operações e dos processos de produção de cana. No seu portfólio estão disponíveis, entre outros, os serviços de conservação de solos e sistematização de áreas que contemplam os projetos de campo para a otimização e viabilização do processo de colheita mecanizada.

Alessandra Durigan – Gestora técnica