Café com a Canaoeste reúne associados em Viradouro-SP
O produtor rural tem uma das atividades mais nobres do país. Porém, o seu custo para produzir é um tema de constante discussão. O que ele produz está atrelado além do custo de produção, à demanda de mercado e a questões climáticas.
A Canaoeste, por intermédio da filial da cidade de Viradouro, promoveu no dia 1º de setembro um café da manhã para os produtores rurais associados do município e contou com a participação dos profissionais da Associação que participaram sanando dúvidas e levando informações sobre os mais diversos assuntos como: Consecana (as metodologias), CCT, Arrendamento, Custo de Plantio, Mercado, Subsídio, Plano Safra, Sustentabilidade, Negociações, Incêndio, CAR dentre outros.
Um assunto polêmico, que é a questão do ATR (Açúcar Total Recuperável) abriu o bate-papo e os associados mostraram grande preocupação. Na ocasião, o gestor corporativo da Canaoeste, Almir Torcato, destacou “Temos uma eleição pela frente e muita coisa influenciando neste sentido. Mas pode ser que para a próxima safra o ATR esteja em torno de R$1,05 – R$1,07. Torcato ainda ressaltou que o Consecana é uma moeda, um parâmetro. “Servimos de exemplo para outros países que querem fazer um Consecana como o nosso porque ele está atrelado ao produto final. Se não tivéssemos um parâmetro, acredito que o preço da cana seria desorganizado”
Ao falar sobre sua a visão para a próxima safra da cana-de-açúcar, o gestor corporativo da Canaoeste disse acreditar que economicamente a tendência é que o mercado se regule. “A demanda do nosso mercado está vinculada a questões internacionais. Tudo o que fazemos é atrelado em bolsa de valores e o mercado tende a se regular”.
A preocupação com o cenário político que elevou os custos dos insumos muito além da inflação também foi lembrada pelos associados que questionaram Torcato sobre uma possível perspectiva de redução. “Se fizermos um apanhado geral de participação de custo, antes, os insumos participavam com 60%, de todo custo total de produção. Nos últimos dois anos chegaram a 90%, ou seja, ele foi o item mais sensível do negócio. Estamos passando por um processo que eu, particularmente, não me lembro de ter lidado com algo parecido. Não consigo falar com certeza que daqui para frente vai estar ok. A tendência é que se normalizem um pouco mais do que estava”.
Questões climáticas
Sabemos o quanto o clima impacta na produção e a cada ano, a sensação é de que chove cada vez menos e a consequência disso, é a redução de produção. A gestora técnica da Canaoeste, Alessandra Durigan lembrou de algumas regiões da Canaoeste que foram muito afetadas pela seca e incêndios. “As cidades de Morro Agudo, Viradouro, Severínia e Barretos sofreram com as questões climáticas. Temos algumas regiões como Sertãozinho e Cravinhos que estão se recuperando e há muitos relatos de produções um pouco mais altas do que as praticadas no ano passado”, comentou a gestora técnica da Canaoeste que ainda alertou os produtores a ficarem atentos e cuidarem dos seus canaviais. “Sabemos que canaviais bem tratados refletem em maiores produções. Cuidem bem, façam o que puder ser feito e contem com nossos profissionais”.
Os produtores na ocasião foram orientados pelo agrônomo de Viradouro, Antônio Leandro Pagotto, pelo engenheiro agrônomo da Canaoeste responsável pela área ambiental, Fábio Soldera, e pelo advogado da Canaoeste, Diego Rossaneis, sobre qual a melhor forma de procederem para que não sofram nenhum impacto em relação ao programa “Melhor Caminho”, da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, onde por meio de verba do governo, as prefeituras estão realizando a manutenção de estradas de terras. Soldera por sua vez lembrou-se de outras questões superimportantes que os produtores precisam estar atentos que são os incêndios e a atualização do CAR (Cadastro Ambiental Rural). “No período de agosto a setembro, época de seca e incêndio é preciso redobrar a atenção e caso haja focos nos procurem. Regularizem seus aceiros mantenha-os sempre limpos, principalmente o aceiro marginal às APPs. Esse ano tivemos redução de números de focos de incêndios quando comparado ao ano passado, graças ao clima e ao trabalho dos produtores rurais. A atualização do CAR também é outro ponto muito importante e pedimos que, se possível procure os profissionais da Canaoeste para esse de procedimento”, salientou. “Esse café é importante porque não é algo formal e uma forma da gente conhecer os serviços que a Canaoeste tem para nos oferecer e tirar o máximo de proveito, de informações técnicas e assuntos que estão em alta no setor canavieiro. Tendo mais eventos pontuais durante o ano talvez as demandas sejam diferentes durante as discussões”, disse a associada Bruna Ap. Genari Mateus, que também comentou sobre o processo de certificação do Bonsucro pelo qual estão passando. “Para nós está sendo um grande desafio, mas eu acho que no operacional, na parte organizacional da fazenda foi muito importante. Tem muitas coisas que fazíamos informalmente e que agora formalizamos e ajudou bastante no desempenho da propriedade”.
“Nós produtores de cana temos que estar informados. Sabemos plantar, fazer os serviços, mas precisamos saber como está o cenário de mercado, a elaboração do preço do ATR isso é muito importante. Esse contato com a associação também é importante e gostaria que outros encontros como este fossem promovidos no decorrer do ano”, pontuou o associado, João Luís Ferreira, que teve uma boa produção este ano. “Eu nunca havia conseguido essa façanha de 160 toneladas por hectare e este ano foi ótimo. Procuro fazer o melhor todo ano e o Pagotto, agrônomo da Canaoeste, sempre me acompanha, trocamos muitas informações, pois peço orientações principalmente em relação à escolha das variedades, tenho um grande respaldo e fico feliz por fazer parte da Canaoeste”
“Já participei em outra oportunidade do Café com a Canaoeste e isso é muito bom, pois a troca de experiências sempre nos fortifica. Às vezes a minha dúvida é a de um parceiro também, então acabamos esclarecendo nesses encontros que são bem produtivos, e as perspectivas de preços é um assunto que sempre nos chama a atenção”, afirmou o associado Roger Gibran Viola.