Açúcar encerra julho com estabilidade nos preços, mas média mensal recua 6%

Usinas mantêm postura firme nas negociações mesmo diante de demanda enfraquecida
Os preços do açúcar cristal no mercado spot paulista fecharam o mês de julho praticamente estáveis, segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Apesar da estabilidade no fim do mês, a média mensal apresentou queda expressiva, refletindo um mercado ainda cauteloso.
Entre os dias 28 de julho e 1º de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal (Icumsa de 130 a 180) foi de R$ 120,39 por saca de 50 kg, variação positiva de apenas 0,07% em relação à semana anterior. No entanto, a média mensal de julho ficou em R$ 118,49/sc, representando um recuo de 6,29% em comparação com junho.
De acordo com os analistas do Cepea, os preços domésticos do açúcar iniciaram julho nas mínimas nominais dos últimos três anos, mas vêm apresentando recuperação desde a segunda quinzena do mês. Mesmo com a demanda ainda fraca, as usinas têm mantido postura firme nas negociações, tentando sustentar os preços pedidos. A liquidez no mercado teve uma leve redução na última semana, indicando menor volume de negociações.
Etanol inicia agosto com preços em alta; vendedores mantêm firmeza nas pedidas
No mercado de etanol, tanto o hidratado quanto o anidro registraram altas mais significativas na última semana de julho, impulsionados por fatores produtivos e pela postura dos vendedores.
Segundo dados do Cepea, entre 28 de julho e 1º de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado em São Paulo fechou em R$ 2,6239/litro (valor líquido de ICMS e PIS/Cofins), com aumento de 3,11% frente à semana anterior. Já o etanol anidro teve valorização de 2,84%, encerrando o período com preço de R$ 2,9996/litro (também líquido de tributos).
Essa movimentação de alta está relacionada a uma combinação de fatores: produção mais açucareira, ou seja, maior destinação da cana à fabricação de açúcar em detrimento do etanol e oferta reduzida de etanol nas usinas e vendedores firmes nas pedidas, buscando recomposição de margens.
Por outro lado, os compradores adotaram uma postura cautelosa, adquirindo apenas volumes pontuais e apostando na possibilidade de queda futura nas cotações.
Moagem de cana segue abaixo dos níveis de 2024
Dados da UNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), analisados pelo Cepea, apontam que, desde o início da safra atual, em 1º de abril, até a primeira quinzena de julho, houve queda na moagem de cana-de-açúcar, na produção de etanol e açúcar, além de uma redução no ATR (Açúcar Total Recuperável), em comparação com o mesmo período da safra passada.
Esse cenário reforça o ambiente de oferta mais limitada, o que, somado à rigidez dos vendedores, sustenta a tendência de valorização nos mercados de açúcar e etanol, apesar da demanda ainda incerta.
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