Agricultura regenerativa exige novos modelos de financiamento, aponta KPMG

Estudo destaca barreiras de crédito, falta de garantias e necessidade de apoio técnico para produtores de diferentes portes
Em um contexto de transição global para modelos produtivos mais sustentáveis, a KPMG publicou um estudo que identifica as principais lacunas de financiamento e barreiras estruturais que limitam a adoção da agricultura regenerativa — conjunto de práticas voltadas à restauração da saúde do solo, uso eficiente dos recursos naturais e preservação da biodiversidade.
O relatório aborda o tema sob quatro eixos principais: a interligação entre mudanças climáticas e agricultura convencional, o fortalecimento dos produtores rurais, a escassez de recursos financeiros e as estratégias recomendadas para ampliar o acesso ao crédito e aos mecanismos de incentivo.
Para Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG da KPMG para as Américas, a mudança de paradigma é urgente. “A transição para uma agricultura regenerativa não é mais uma escolha, mas uma necessidade. O setor precisa estar preparado para enfrentar as barreiras que dificultam o acesso ao financiamento e a implementação dessas práticas”, afirma.
Entre as soluções apontadas estão empréstimos com taxas diferenciadas, seguros agrícolas voltados à inovação, garantias de mercado por meio de contratos de compra, programas de monetização ambiental e modelos de blended finance, que combinam capital público e privado para atrair investimentos de maior risco.
O estudo também destaca a falta de capacitação técnica e de infraestrutura financeira descentralizada como fatores que dificultam a expansão das práticas regenerativas, especialmente entre pequenos e médios produtores, que enfrentam restrições de crédito, lacunas de conhecimento e acesso limitado a mercados consumidores.
Já os grandes produtores apresentam maior capacidade para integrar novas tecnologias e práticas sustentáveis, mas ainda enfrentam desafios regulatórios e de rentabilidade. Segundo Giovana Araújo, sócia-líder de Agronegócios da KPMG no Brasil, compreender essa diversidade é fundamental:
“Os desafios da agricultura regenerativa variam conforme o perfil e a escala do produtor. Entender essas diferenças é essencial para construir políticas e instrumentos de apoio eficazes”, conclui.
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