Broca da cana: praga ameaça produção e lucros
Estratégias de manejo integrado são essenciais para minimizar prejuízos e preservar a produtividade
O clima quente e as chuvas típicas desta época do ano criam condições ideais para a proliferação de uma das pragas mais destrutivas na cultura da cana-de-açúcar: a broca da cana (Diatraea saccharalis). Essa ameaça representa um grande desafio para a produtividade agrícola e para a qualidade da matéria-prima destinada à produção de açúcar e etanol.
De acordo com Alessandra Durigan, gestora técnica da Canaoeste, os danos causados pela broca são severos e impactam toda a cadeia produtiva. “Essa praga causa prejuízos expressivos durante sua fase larval. As lagartas penetram no interior do colmo da cana, comprometendo a estrutura da planta e resultando na morte da gema apical, fenômeno conhecido como coração morto. Além disso, os orifícios abertos facilitam a entrada de fungos como os dos gêneros Fusarium e Colletotrichum, responsáveis pela podridão vermelha”, explica.
O controle inadequado da broca da cana pode trazer perdas significativas. Alessandra alerta que, para cada 1% de infestação, as perdas podem se próximas a:
• 1,5% na produtividade agrícola;
• 0,50% na produção de açúcar;
• 0,30% na produção de etanol.
“Esses números evidenciam o impacto devastador da praga, que se intensifica durante períodos de clima quente e úmido. O controle não é apenas uma questão de proteger a safra atual, mas de garantir a sustentabilidade do cultivo a longo prazo”, ressalta Alessandra.
O manejo integrado de pragas (MIP) se destaca como a principal estratégia para combater a broca da cana, combinando diferentes práticas para minimizar os danos. Entre elas, destacam-se:
Controle biológico: A utilização de inimigos naturais, como os parasitoides Cotesia flavipes (que ataca a fase larval) e Trichogramma galloi (que age sobre os ovos), é uma solução sustentável e eficaz. Esses agentes ajudam a reduzir a população da broca sem prejudicar o meio ambiente.
Controle químico: Em casos de alta infestação, especialmente nas fases iniciais da praga, o uso de inseticidas é recomendado. Produtos seletivos, como Clorantraniliprole e Flubendiamida, são preferidos por serem menos prejudiciais aos agentes biológicos.
Monitoramento contínuo: O acompanhamento técnico frequente no campo permite identificar precocemente os sinais de infestação e determinar o momento ideal para as intervenções.
A implementação de um manejo eficiente exige conhecimento especializado. “Contar com apoio técnico, como o oferecido por associações e consultorias agrícolas, é essencial para monitorar a infestação e adotar as práticas adequadas. A Canaoeste, por exemplo, disponibiliza uma equipe capacitada para auxiliar os produtores associados no monitoramento de pragas e na adoção de estratégias de manejo integrado”, conclui Alessandra.
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