Fábio Soldera apresenta resultados do programa CanaoesteGreen na Fenasucro & Agrocana 2025

Iniciativa voluntária de compensação de carbono reúne mais de 20 empresas e neutraliza mais de 213 toneladas de CO₂ emitidas durante a feira
Durante o evento “Coletividade como ferramenta de impulso para aumentar a rentabilidade da atividade canavieira”, realizado nesta terça-feira (12), pela Canaoeste, no primeiro dia da Fenasucro & Agrocana 2025, Fábio de Camargo Soldera, Gestor de Sustentabilidade da associação, apresentou os resultados do CanaoesteGreen — programa voluntário de compensação de carbono desenvolvido em parceria com a feira e com o apoio de importantes parceiros institucionais e jurídicos.
A iniciativa tem como objetivo neutralizar as emissões de gases de efeito estufa geradas na construção e operação dos estandes da feira, utilizando como base o GHG Protocol, principal metodologia mundial para inventário de emissões, adaptada à realidade brasileira com apoio da FGV, do WRI e de outros órgãos.
Segundo Soldera, todo o suporte jurídico foi garantido pelo escritório BBMOV Advogados, com apoio direto da organização da feira. “É um programa que vem inovar a descarbonização do setor”, afirmou.
Como são feitos os cálculos
O CanaoesteGreen contabilizou as emissões relacionadas a materiais utilizados, transporte e combustíveis fósseis (escopo 1), além do consumo de energia elétrica (escopo 2) dos estandes participantes.
De forma detalhada, Guilherme Di Bianco, Auxiliar de Geotecnologia da Canaoeste, explicou que, no escopo 1, entram as emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis — como o transporte de colaboradores e equipamentos para a construção dos estandes. Já o escopo 2 considera o consumo de energia elétrica dos equipamentos utilizados durante a feira.
O cálculo foi elaborado seguindo o GHG Protocol, que fornece ferramentas para inventário e certificação das emissões. Todos os gases levantados foram convertidos em carbono equivalente, por ser o elemento mais representativo no impacto ambiental. Para definir a compensação, foi utilizada a média de sequestro de carbono identificada em estudo da USP, que analisou diversas espécies de árvores em diferentes estágios de conservação: 2,59 toneladas de carbono por hectare de vegetação nativa preservada ao ano. Com base nesse dado, a equipe elaborou os mapas e definiu as áreas destinadas à compensação dos estandes participantes.
Mais de 20 empresas aderiram ao programa em 2025, resultando em 213,88 toneladas de CO₂ emitidas e totalmente compensadas por meio da preservação de 82,71 hectares de vegetação nativa em propriedades de associados certificados com o Selo Bonsucro. Além disso, as áreas comuns da feira — como auditórios, praças de alimentação e corredores — também tiveram suas emissões neutralizadas: 194,62 toneladas de CO₂, compensadas em 75,14 hectares de vegetação nativa.
Soldera destacou que o CanaoesteGreen valoriza o produtor rural que mantém boas práticas ambientais, destinando a remuneração obtida para a manutenção de áreas de preservação permanente. Os produtores passam por rigorosa certificação que contempla critérios ambientais, sociais e de governança.
Para Soldera, o programa reforça a vocação pioneira da Canaoeste, que em seus 80 anos segue inovando e promovendo soluções sustentáveis que fortalecem a integração entre indústria e produtor rural.
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