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Produtor entre riscos e oportunidades: o alerta de Almir Torcato no Intertech Cana

Diretor da Canaoeste defende previsibilidade e profissionalização como pilares do futuro canavieiro

A imprevisibilidade tem sido o maior obstáculo para o avanço da cana-de-açúcar no Brasil, segundo Almir Torcato, diretor administrativo da Canaoeste. Durante o Intertech Cana, realizado no começo de outubro, em São José do Rio Preto – SP, o executivo afirmou que o produtor rural enfrenta um cenário de margens apertadas e incertezas crescentes, em que fatores fora de seu controle — como câmbio, políticas públicas e custos financeiros — impactam diretamente o resultado da safra.

Torcato destacou que a base produtiva do país é composta majoritariamente por fornecedores independentes, responsáveis por cerca de metade da cana processada pelas usinas. Esse perfil, afirmou, exige uma gestão cada vez mais técnica e conectada, capaz de lidar com as oscilações climáticas e econômicas que afetam a rentabilidade. “O produtor precisa planejar em um ambiente onde quase tudo muda de forma imprevisível — do preço do etanol à política energética”, afirmou.

O dirigente também criticou a distância entre o setor produtivo e o poder público. Segundo ele, a falta de entendimento sobre as particularidades da atividade resulta em legislações que oneram a produção. “Uma decisão política, muitas vezes, é capaz de alterar toda a estrutura de custos da lavoura”, alertou.

O diretor reforçou ainda que o futuro do setor passa pela conectividade e pela digitalização do campo. Para ele, o acesso à informação, às certificações e aos mercados de carbono pode ampliar a competitividade dos produtores, sobretudo dos menores. A democratização tecnológica, disse, é o caminho para equilibrar a relação de forças dentro da cadeia.

Outro ponto sensível é a comunicação com a sociedade. O executivo lembrou que a mecanização eliminou a queima da cana há mais de duas décadas na região de Sertãozinho -SP, mas que parte do público ainda associa o setor ao fogo. “Hoje, a energia vem da biomassa, não do campo queimado. O desconhecimento sobre isso é um problema de imagem que precisamos enfrentar com transparência e informação”, afirmou.

Encerrando sua participação, o diretor da Canaoeste ressaltou que a profissionalização da gestão e o fortalecimento institucional são essenciais para garantir sustentabilidade econômica e ambiental ao setor. “O desafio é grande, mas o produtor tem mostrado resiliência. O futuro da cana depende de planejamento, tecnologia e, acima de tudo, previsibilidade”, concluiu.

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