Embrapa e FAB fazem parceria para usar satélite brasileiro no agro
Imagem compara diferença de resolução de registros de satélites. Segundo a Embrapa Territorial, o mosaico é um retrato da mesma área de 9 km² do município de Artur Nogueira (SP). Da esquerda para a direita, Sentinel 2, com 10 metros; a direita vem do World View 3, com pixel de 30 centímetros. (Foto: Embrapa Territorial)
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) fechou uma parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB) para operar o satélite brasileiro Carponis-1. Operadora civil do equipamento, a Embrapa vai usar as imagens geradas pelo equipamento em estudos a respeito da produção agropecuária do Brasil, informa o comunicado oficial.
Para a Embrapa Territorial, usar o satélite brasileiro significa reduzir a dependência de imagens de satélites controlados por outros países, além de reduzir custos. O Carponis-1 consegue imagens com até 70 centímetros de distância e dá uma volta ao redor da Terra em uma hora e meia. Segundo a Força Aérea, o custo de usar o equipamento é até 75% menor.
“Poderemos programar e direcionar o satélite para aquisição de imagens de alvos específicos. Isso evitará a compra de imagens obsoletas e otimizará o tempo de resposta no recebimento dessas imagens”, observa a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial, Lucíola Magalhães, de acordo com o divulgado pela instituição.
De acordo com a Embrapa Territorial, atualmente o Brasil opera apenas um sistema espacial, em parceria com a China. No entanto, a resolução máxima é de cinco metros e o intervalo entre os registros de imagens gira em torno de 26 dias. Com o satélite brasileiro, além da resolução da imagem estar abaixo de um metro de distância, o intervalo de registro será de três a cinco dias.
Caso a área de interesse esteja fora do Brasil, o intervalo entre os registros é maior, mas não deve passar de 12 horas. Ainda conforme a instituição, a uma das maiores vantagens de se ter imagens como as do satélite brasileiro é a chance de se ter registros livres de nuvens. Em regiões de alta umidade, como a Amazônia e o litoral, seria uma melhora de visibilidade.
Um dos objetivos da unidade com o projeto é avançar mo monitoramento de áreas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), sistema produtivo que tem crescido no Brasil. “É muito difícil com satélites de média resolução conseguir identificá-las. Mesmo com os de alta resolução, esse mapeamento não vai ser uma tarefa simples”, diz Lucíola.
Por Redação Globo Rural