Estimativas da Canaplan apontam para uma safra recorde no Centro-Sul
Com 615 milhões de toneladas até dezembro, somadas aos 21 milhões de toneladas de cana bis, configura a safra recorde
Durante a segunda reunião anual da Canaplan, realizada no dia 19 de outubro, em Ribeirão Preto – SP, especialistas se mostraram otimistas quanto às projeções para a moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul, prevendo um número histórico de 636 milhões de toneladas.
Na ocasião, o presidente da Canaplan, Luís Carlos Corrêa Carvalho (Caio Carvalho), junto aos consultores Ciro Sitta e Nilceu Cardozo, traçaram um panorama positivo para o final da safra 2023/24 e deram insights sobre a temporada 2024/25. Os especialistas concordam que a safra atual é sinônimo de recorde, impulsionada por diversos fatores, incluindo clima, preço do petróleo e desenvolvimentos tecnológicos no setor.
Carvalho ressaltou a ascensão do setor da cana, citando a combinação de fatores tecnológicos, climáticos e de mercado. Ele mencionou que a indústria está produzindo quantidades recordes não só de cana, mas também de etanol de milho, que deve chegar a 6,2 bilhões de litros esse ano. Os preços do açúcar, de acordo com ele, estão em níveis nunca antes vistos, impulsionando ainda mais a produtividade.
Sobre a moagem, o presidente da Canaplan projetou que a indústria moerá 615 milhões de toneladas até dezembro, culminando em um total de 636 milhões ao final da safra para uma área colhida de 7,15 milhões de hectares. A produtividade deverá ser de 86 toneladas por hectare. Ele também destacou a contribuição significativa da cana bis.
“Acredito que, entre janeiro e março, ainda teria a colher 260 mil ton de cana, com a produtividade de 80 t/h, a gente teria uma cana bis de 21 milhões de toneladas e chegaríamos ao final dessa safra, com 636 milhões de toneladas de cana. É um número impressionante… por 140 Kg a gente faz 41 milhões de toneladas de açúcar, depois 27 bilhões de litros de etanol”, explicou Carvalho.
Por sua vez, Ciro Sitta celebrou a produtividade “espetacular” desta safra, que, segundo ele, é superior a todas as anteriores. Ele destacou o rejuvenescimento do canavial e manteve a perspectiva positiva para a produtividade.
No entanto, ao olhar para a safra 2024/25, Nilceu Cardozo trouxe algumas precauções, referindo-se a ela como uma “safra de ilusão”. Ele citou a necessidade de cautela em relação às altas expectativas e apontou para possíveis desafios climáticos no horizonte.
Em resumo, o cenário para o setor de cana-de-açúcar no Centro-Sul parece promissor, embora os especialistas alertem para a necessidade de prudência e planejamento estratégico diante das incertezas do futuro.