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Etanol mantém preços firmes em São Paulo, enquanto açúcar recua com pressão externa

Chuvas, oferta restrita e fim da moagem sustentam o biocombustível; já o açúcar acompanha queda nas bolsas internacionais

Os preços do etanol seguem firmes no mercado spot paulista no início de novembro, amparados por oferta restrita e chuvas que reduziram o ritmo da colheita. Apesar da baixa movimentação no mercado, as usinas mantiveram postura firme nas negociações e limitaram a oferta a valores mais altos. Entre 3 e 7 de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado subiu 0,78%, para R$ 2,7997 por litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), enquanto o anidro avançou 0,92%, a R$ 3,2094/litro.

O movimento dá continuidade ao cenário de outubro, quando os preços ficaram estáveis ao longo do mês, mas encerraram o período com leve queda em relação a setembro. O Cepea apurou média mensal de R$ 2,7371/litro para o hidratado, retração de 0,77%, e de R$ 3,0683/l para o anidro, queda de 1,02%. Mesmo com essas baixas, as cotações permanecem cerca de 7% acima das registradas em outubro de 2024, em valores reais.

Segundo o centro de pesquisas, a leve desvalorização mensal refletiu o aumento do volume negociado — com alta de 16,1% nas vendas spot de hidratado e de 36,9% no anidro frente a setembro — e o avanço da moagem em parte das usinas. Ainda assim, os produtores mantiveram firmeza nas ofertas diante do encerramento gradual da safra 2025/26 em São Paulo.

Outro fator observado pelo mercado foi a redução no preço da gasolina A pela Petrobras. Apesar disso, o etanol hidratado continuou mais competitivo no estado de São Paulo e em outros três grandes mercados consumidores. As negociações à vista (spot) também ganharam peso, passando de 9,7% para 14% do total comercializado.

Queda mais acentuada no Nordeste

No Nordeste, o aumento da oferta exerceu maior pressão sobre os preços. Com a retomada da moagem em estados como Pernambuco, Alagoas e Paraíba, e a necessidade de liquidez em algumas usinas, as cotações caíram entre 6% e 10% em outubro. Em Alagoas, o hidratado recuou 7,7%, para R$ 2,5685/litro, e o anidro caiu 5,8%, para R$ 3,0619/l. Quedas semelhantes foram observadas em Pernambuco e na Paraíba.

Segundo o Sindaçúcar-AL, até 15 de outubro o estado havia processado 2,5 milhões de toneladas de cana, queda de 36,7% em relação à safra anterior, com produção de etanol 38% menor. O atraso na moagem foi atribuído ao excesso de chuvas no início da temporada.

Açúcar recua com pressão externa

Enquanto o etanol mantém suporte, o açúcar cristal opera em trajetória oposta. Na primeira semana de novembro, as cotações recuaram com força em São Paulo, pressionadas pela queda nos contratos internacionais e pela resistência dos compradores domésticos em pagar mais.

A commodity renovou mínimas recentes na Bolsa de Nova York (ICE Futures), diante da perspectiva de maior oferta global. Notícias sobre o aumento da produção em países-chave, como Índia e Tailândia, acentuaram o movimento de baixa. No Brasil, mesmo com produtividade menor nos canaviais até outubro, o Centro-Sul produziu um volume ligeiramente superior de açúcar na safra 2025/26, segundo a Unica.

Em outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ para o açúcar cristal (Icumsa 130 a 180) teve média de R$ 114,96 por saca de 50 quilos, recuo de 3,1% frente a setembro e de 24,8% em relação ao mesmo mês de 2024. O recuo refletiu tanto a expectativa de superávit global quanto o avanço da moagem no Nordeste, que ampliou a oferta regional.

Safra global mais ampla derruba preços

No mercado internacional, o contrato de março/2026 na ICE acumulou perda de 10,5% em outubro. A Índia deve elevar a produção em 19%, para 34,9 milhões de toneladas, e a Tailândia deve colher 10,5 milhões, alta de 5%, conforme projeções de entidades locais. A Czarnikow estima superávit global de 7,4 milhões de toneladas na safra 2025/26.

No Brasil, as chuvas intensas no Centro-Sul podem beneficiar a produtividade da próxima temporada. O Rabobank projeta moagem entre 600 e 640 milhões de toneladas de cana em 2026/27, com produção de até 42,1 milhões de toneladas de açúcar — mas alerta que as condições climáticas no verão serão decisivas para o desempenho do setor.

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