Gestora de Agronegócios supera desafios e inspira mulheres no setor

A trajetória de Solange Jacomini Piassa, gestora de agronegócios no setor sucroenergético, é uma história de superação, coragem e determinação. Formada em Gestão de Agronegócio, ela está à frente da Fazenda São José D’Água Branca, localizada em Jardinópolis – SP, onde produz 25 mil toneladas de cana-de-açúcar destinadas à Usina Santo Antônio.
Ela começou a trabalhar na propriedade há 20 anos, após o falecimento do irmão, assumindo a liderança da fazenda há três anos, por sucessão familiar. Solange enfrentou desafios únicos em um setor historicamente masculino. Como a mais jovem de três irmãs, precisou não apenas provar sua competência, mas também superar barreiras culturais e resistências internas.
“Meu pai, de origem italiana, achava que mulher deveria ficar em casa, e os funcionários resistiram à minha gestão. Foi um processo desafiador, mas consegui provar minha capacidade com dedicação e resultados sólidos”, relembra. Hoje, com uma produtividade de 118 toneladas por hectare, ela é um exemplo de sucesso e inspiração para outras mulheres no agronegócio.
Desde que assumiu a gestão, Solange transformou desafios em oportunidades. Enfrentou resistências iniciais de funcionários, adversidades climáticas e a responsabilidade de modernizar a produção. Para alcançar os três dígitos em produtividade, ela apostou em planejamento, inovação e trabalho em equipe.
“Eu sempre acreditei que, para ter bons resultados, é preciso fazer tudo muito bem-feito. Cada detalhe importa, desde o tipo de adubo até a escolha das variedades de cana”, explica. Além da excelência operacional, Solange adotou práticas sustentáveis, como o uso de biológicos no cultivo, e está, com auxílio da Canaoeste, em processo de certificação pela Bonsucro, referência global em sustentabilidade para o setor sucroenergético.
A liderança de Solange vai além da gestão da fazenda. Ela participa ativamente de eventos voltados para o empoderamento feminino, compartilhando sua história e incentivando outras mulheres a conquistarem seu espaço no setor. “Quando as mulheres veem exemplos reais de sucesso, percebem que podem enfrentar qualquer desafio e ter destaque nesse mercado. Somos guerreiras e capazes de transformar o setor”, afirma.
Para Solange, um de seus maiores orgulhos foi mostrar ao pai que poderia liderar e prosperar no negócio familiar. Hoje, ela sonha em deixar um legado de inovação e sustentabilidade para seus filhos, ao mesmo tempo em que mantém viva a tradição agrícola da família.
“Gostar do que faz é essencial. Eu me sinto em casa no campo, rodando a fazenda, observando a natureza e cuidando de cada detalhe”, conclui Solange.
Esta matéria faz parte do livro “Mulheres da Cana” – 2ª edição – lançado nesta quinta-feira (20), durante o 13º Cana Substantivo Feminino.
Para baixar a edição, clique aqui:
https://www.canaonline.com.br/conteudo/livro-mulheres-da-cana-edicao-2.html
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