Moagem total recua 1,26% na safra, mas avança no mês de novembro
Quinze dias iniciais do mês somam 18,76 milhões de toneladas processadas e indicam reta final mais acelerada do ciclo 2025/26
A moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul alcançou 576,25 milhões de toneladas até 16 de novembro, segundo levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA). O volume é ligeiramente inferior às 583,59 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ciclo anterior, queda de 1,26%, refletindo um fim de safra com ritmo mais moderado.
O recorte mensal mostra trajetória inversa. Apenas na primeira quinzena de novembro, as unidades processaram 18,76 milhões de toneladas, avanço expressivo frente às 16,41 milhões de igual intervalo da safra 2024/25. O movimento coincide com a intensificação dos encerramentos: 42 usinas deram por concluída a moagem nos primeiros quinze dias do mês e, no acumulado desde o início da safra, 120 unidades já encerraram os trabalhos, mais que o dobro das 70 registradas um ano antes.
O diretor de Inteligência Setorial da UNICA, Luciano Rodrigues, avalia que o número deve crescer rapidamente. Segundo ele, “na segunda quinzena de novembro, outras 65 unidades estavam programadas para encerrarem a moagem no Centro-Sul. Confirmado esse número, devemos totalizar mais de 180 usinas com safra encerrada até o momento”.
ATR sobe no mês e açúcar perde espaço
A qualidade da matéria-prima apresentou melhora pontual. O Açúcar Total Recuperável (ATR) na primeira metade de novembro chegou a 142,42 kg por tonelada, alta de 6,23% frente ao mesmo período da safra passada. No acumulado, porém, o indicador permanece em 138,46 kg por tonelada, queda de 2,80% frente a igual posição anterior, indicando condições climáticas menos favoráveis ao longo do ciclo.
A produção açucareira refletiu esse cenário. Na primeira quinzena de novembro, foram fabricadas 982,95 mil toneladas, enquanto no acumulado a safra soma 39,18 milhões de toneladas. A participação da cana destinada ao açúcar recuou 7,4 pontos percentuais, passando de 46,02% para 38,61% na comparação anual do período quinzenal. “Essa é a sexta quinzena consecutiva com queda nesse indicador, resultado da menor atratividade do adoçante e da redução na qualidade da matéria-prima agora no final de safra”, afirmou Rodrigues.
Etanol cresce no mês, impulsionado pelo milho
A fabricação de etanol na primeira quinzena de novembro somou 1,35 bilhão de litros, com altas tanto no hidratado (769,36 milhões de litros, +21,61%) quanto no anidro (577,35 milhões de litros, +28,44%). No acumulado, a produção do biocombustível totaliza 28,35 bilhões de litros, baixa de 5,60% em relação ao último ciclo.
A participação do milho segue em ascensão. Do total de etanol produzido na quinzena, 28,68% tiveram origem no cereal, somando 386,24 milhões de litros, representando avanço de 10,31% na comparação com o mesmo período de 2024/25. No consolidado da safra, o etanol de milho já alcança 5,65 bilhões de litros, aumento de 16,27%.
No mercado, as vendas quinzenais chegaram a 1,38 bilhão de litros, com leve avanço do anidro (+1,94%) e retração do hidratado (-9,74%). No mercado doméstico, o hidratado somou 810,35 milhões de litros (-10,56%), enquanto o anidro atingiu 532,44 milhões de litros (+8,69%). Desde o início da safra, as comercializações totalizam 22 bilhões de litros, com queda no hidratado (13,75 bilhões, -5,34%) e alta no anidro (8,26 bilhões, +4,49%).
CBios superam meta anual
No mercado de descarbonização, os números mostram folga. Até 28 de novembro, foram emitidos 39,31 milhões de CBios em 2025. A quantidade de créditos em posse de agentes obrigados, não obrigados e produtores atingiu 30,73 milhões.
Rodrigues observa um quadro confortável para a meta anual. “Somando os CBios disponíveis para comercialização e os créditos já aposentados para cumprimento da meta de 2025, já temos cerca de 113% dos títulos necessários para o atendimento integral da quantidade exigida pelo Programa para o final deste ano”, destacou. Segundo ele, o cálculo considera inclusive a quitação de metas de anos anteriores e ajustes contratuais, configurando “oferta mais do que suficiente” para atender a demanda.
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