Por meio do programa SEMEIA, Canaoeste abre caminho das certificações em sustentabilidade para associados
“Quais os benefícios do produtor rural em adotar as Boas Práticas Sustentáveis?”. O questionamento foi tema de um dos painéis sobre Meio Ambiente e Sustentabilidade do 16º Congresso da UDOP (União Nacional da Bioenergia), realizado na quarta e quinta-feira (5 e 6), em Araçatuba-SP.
Segundo Fábio de Camargo Soldera, gestor de Geotecnologia e Meio Ambiente da Canaoeste, um dos benefícios, sem dúvida, é abrir as portas aos produtores para as plataformas de certificações, que, hoje em dia, ditam as regras no mercado de consumo do mundo sustentável.
De acordo com Soldera, para se adequar a essas regras, a Canaoeste disponibiliza aos seus associados o programa SEMEIA. “O programa, cujas iniciais têm a ver com Sustentabilidade Econômica, Meio Ambiente, Eficiência e Inteligência Agronômica, vem orientando os produtores associados no desenvolvimento e na aplicação de práticas sustentáveis em suas propriedades”, explicou.
Por meio dele, a Canaoeste orienta quanto à preparação para auditoria de certificação e treinamento para processos, operações e atividades de boas práticas. O SEMEIA conta com apoio integral das áreas e dos departamentos da associação, que dispõe de um corpo multidisciplinar que inclui engenheiros ambientais e agrônomos, topógrafos, advogados, dentre outros profissionais, que auxiliam os produtores a conquistarem esses certificados de sustentabilidade.
Para Soldera as boas práticas têm tudo a ver com sustentabilidade ESG. “É possível adotar técnicas agrícolas ambientalmente menos agressivas, como o uso racional de água e agrotóxicos, além de cuidados necessários antes e depois do plantio, tendo como resultado diminuição na alteração da biodiversidade local e, consequentemente, menor impacto na natureza. Ainda com relação aos recursos hídricos, há adequação de outorgas e análises periódicas das águas”, explica.
“Graças às ações de sustentabilidade, temos conseguido acessar linhas de crédito no Plano Safra, além de ganhos como ter uma produção com mais qualidade; ausência de penalidades administrativas; redução no uso de agrotóxicos reduzindo assim os custos do negócio, outra ação de sustentabilidade que vem cada vez mais ganhando espaço no mercado é a utilização de produtos biológicos. Sem contar que essas ações são uma porta de entrada para as certificações, como Bonsucro, RenovaBio e Etanol Mais Verde”, argumentou.
Gerenciamento de riscos
Outro tema apresentado pela Canaoeste, em sua participação no Congresso da UDOP, foi a importância do programa de gerenciamento de riscos para o produtor de cana-de-açúcar. A palestra foi ministrada pelo analista de sustentabilidade da Associação, André Pavan Rea.
“Quando se fala em segurança de trabalho, temos que olhar para o colaborador. Ele que vai estar na ponta e efetuar as atividades. Ele que vai realizar a aplicação dos defensivos. Ele que vai fazer o manuseio das máquinas e equipamentos, além da manutenção e dos serviços na propriedade como um todo”, enfatizou Rea, lembrando que o produtor sustentável é aquele que engloba essas três grandes áreas: parte social, governança econômica e ambiental.
Ao longo de sua apresentação, Rea discorreu sobre as normas regulamentadoras, em especial em relação aos impactos provocados pelas alterações da NR 31.
O analista da Canaoeste chamou a atenção para o fato de o Brasil ocupar a quarta posição no ranking de acidentes de trabalho, atrás apenas de China, Índia e Indonésia.
“Em 2022, o Brasil registrou quase 613 mil notificações de acidentes de trabalho, com 2,5 mil óbitos, um número muito elevado, lembrando que os números de notificações aqui no Brasil são subdimensionados, pois nem em todos os acidentes é feito o CAT (Comunicado de Acidentes de Trabalho)”, disse.
Segundo o analista, a maioria dos acidentes de trabalho é registrada na área de manutenção, e os acidentes ocorrem mais frequentemente com colaboradores antigos. “É o contrário do que se imagina, de que sejam colaboradores novos, pois o pessoal novo entra, recebe o treinamento e presta mais atenção, e são os funcionários antigos que acabam sofrendo mais acidentes de trabalho.
Rea destacou que, quando os programas de segurança estão bem estruturados e acompanhados, é menor a incidência de acidentes; como consequência, é menor o número de afastamentos, há mais horas produtivas e, assim, maior produtividade.
Fonte: Assessoria de Imprensa Canaoeste