Preços do açúcar: tendência de queda e fatores que impactam o mercado asiático
Os preços do açúcar sofreram uma queda acentuada, na última semana, influenciada por uma série de fatores internos e externos ao mercado. A produtividade da Tailândia, que iniciou a moagem em dezembro, teve um desempenho melhor do que o ciclo anterior, o que contribuiu para o cenário de baixa nos preços. A produção da Tailândia alcançou 193 mil toneladas de açúcar a partir de 2,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, superando o rendimento da safra 2023/24.
De acordo com Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint Global Markets, outro fator relevante para a queda dos preços foi a suspensão, em 10 de dezembro, das importações de xarope e misturas de açúcar tailandesas pela China.
O Escritório de Normas de Produtos Agrícolas da China (AGDA) justificou a medida com preocupações sanitárias, o que deixou cerca de 1 milhão de toneladas de açúcar tailandês sem destino no mercado. Esta decisão ocorre em um cenário de excelente colheita na China, que registrou um aumento de 53% na produção em comparação com o ano passado, reduzindo a demanda por importações – que caiu de 920 mil toneladas em outubro de 2023 para 540 mil toneladas no mesmo mês deste ano.
Outro dado relevante para o mercado foi o relatório da Unica, que indicou um desempenho surpreendente da moagem no Centro-Sul do Brasil, com mais de 600 milhões de toneladas processadas na safra 2024/25. Este número superou as expectativas anteriores, que eram de 610 milhões de toneladas, sendo revisado para 616,5 milhões.
Para a safra 2025/26, Lívea Coda aponta que o mercado pode estar sendo excessivamente pessimista, pois as previsões indicam uma moagem média de 590 milhões de toneladas, o que poderia ser revisto com as condições climáticas favoráveis, como boas chuvas que poderiam garantir uma produção de até 620 milhões de toneladas, aliviando preocupações sobre um possível déficit no primeiro trimestre de 2025.
Além disso, o mercado asiático também é impactado por políticas de autossuficiência alimentar adotadas pela Indonésia, que planeja proibir as importações de açúcar para consumo a partir de 2025, embora continue a importar 3,4 milhões de toneladas de açúcar bruto, principalmente do Brasil. A produção de açúcar na Indonésia está projetada para aumentar de 2,4 milhões de toneladas em 2024 para 2,6 milhões de toneladas em 2025, o que ajudaria a reduzir a necessidade de importações. Essas mudanças na dinâmica dos mercados asiáticos podem continuar a moldar os preços do açúcar nas próximas semanas.
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