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Safra 2025/26: confira quais são os desafios, tendências e o papel da inovação no manejo da cana

Após um período de seca, incêndios e geadas na safra que se encerra agora, houve uma melhora significativa com a retomada das chuvas

Os desafios enfrentados pelo setor sucroenergético, a evolução das condições climáticas e o impacto das pragas e doenças no potencial produtivo foram debatidos em uma mais uma edição do Canaplan Cast, que reuniu especialistas do segmento para discutir as perspectivas da safra 2025/26. Caio Carvalho, da Canaplan, conduziu a conversa ao lado do engenheiro agrônomo Lucas Ranalli, Gerente de Marketing de Campo da Linha Cana da Corteva Agriscience, e do consultor Nilceu Piffer Cardozo, que percorrem as regiões canavieiras do país.

Os especialistas destacaram que, após um período de seca, incêndios e geadas na safra 2024/25, houve uma melhora significativa com a retomada das chuvas. “O que alguns milímetros de chuva não fazem!”, destacou Cardozo, apontando que, cinco meses atrás, o cenário era de desolação. Contudo, mesmo com essa recuperação, há preocupações quanto à produtividade, pois a cana pode estar atrasada em seu desenvolvimento.

Ranalli destacou a estratégia dos produtores em antecipar ou postergar compras para otimizar o manejo. “O produtor busca antecipar tudo o que pode para garantir uma safra com qualidade”, explicou.

Em relação ao fenômeno La Niña, Cardozo mencionou que o cenário está se tornando neutro e se assemelha aos anos 2016/17 e 2010/11, quando houve quebras de safra. “Externamente, há otimismo devido à maior área de moagem, mas internamente ainda temos desafios não resolvidos”, alertou.

Impacto na qualidade e produtividade

O plantio acelerado também pode impactar a safra, reduzindo a área de colheita em prol da renovação do canavial. Essa estratégia pode trazer ganhos futuros, mas exige investimentos em insumos e manejo adequado. O representante da Corteva destacou a necessidade de investimentos inteligentes: “Temos que utilizar ferramentas que caibam no orçamento para minimizar perdas”.

Outro ponto crítico discutido foi a incidência de pragas e doenças. A podridão, por exemplo, continua sendo um problema mal resolvido no setor. O uso de fungicidas na cana ainda gera resistência por parte de alguns produtores, apesar de ser prática comum em outras culturas. “Ainda existe um tabu sobre o uso de fungicidas na cana, enquanto em outras culturas é algo obrigatório”, ressaltou.

Safra 2025/26: Desafios comerciais e perspectivas para o setor

A discussão também abordou o balanço entre produção de açúcar e etanol. Com os preços do açúcar mais atrativos, há uma tendência para um mix de produção mais voltado ao adoçante. No entanto, a qualidade da cana pode ser um entrave. “Hoje, o ATR está acima de 130 kg, mas podemos ter surpresas negativas”, alertou Cardozo.

Ranalli enfatizou que o uso de maturadores pode ser um diferencial importante para aumentar a produtividade e a qualidade da cana. “O maturador é uma injeção de dinheiro rápida: em 30 dias, pode aumentar em 3 a 4 kg de ATR por hectare”, explicou.

A safra 2025/26 se desenha como um período desafiador, exigindo atenção redobrada ao manejo e investimentos em tecnologias que garantam a produtividade. “Todos no setor são otimistas, mas precisamos enfrentar os problemas de frente”, concluiu Caio Carvalho.

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