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Saiba quais são os fatores que sustentam os preços do açúcar no mercado global

Valorização do real e oferta restrita impulsionam a cotação da commodity no curto prazo

Na última semana, uma série de fatores macroeconômicos e setoriais sustentaram os preços do açúcar no mercado global. A valorização do real, impulsionada por decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, deu suporte aos preços, permitindo maior resistência dos produtores brasileiros na comercialização da commodity.

Nos EUA, o Federal Reserve (Fed) manteve os juros estáveis após três cortes consecutivos, impactando as bolsas de valores. O discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, trouxe alívio ao mercado ao indicar que um aumento das taxas em 2025 é improvável. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 13,25%, sinalizando novo aumento em março, diante da revisão da inflação para 5,2%, acima da meta de 3%. Esses movimentos ajudaram a manter a valorização do real por oito semanas consecutivas frente ao dólar, ampliando o diferencial de juros entre os dois países.

Lívea Coda, coordenadora de Inteligência de Mercado da Hedgepoint Global Markets, explica que “com o real mais forte, os produtores brasileiros mostraram maior cautela nas vendas, apoiando a recente alta do preço do açúcar. No entanto, incertezas fiscais ainda podem limitar ganhos cambiais”.

Além dos fatores macroeconômicos, questões de oferta e demanda também contribuíram para a sustentação dos preços do açúcar, que atingiram 19,5 centavos de dólar por libra-peso. O relatório da UNICA referente à primeira quinzena de janeiro apontou uma redução expressiva na disponibilidade de açúcar no Brasil, um movimento característico da entressafra.

Com a moagem de cerca de 400 mil toneladas de cana e um mix de produção reduzido, a fabricação do adoçante se aproxima do fim. Ainda há discussões sobre uma possível moagem em março, favorecida pelo regime de chuvas, o que pode elevar a safra 2024/25 para 620 milhões de toneladas, frente aos atuais 614 milhões de toneladas.

No cenário internacional, há indícios de maior demanda. Rumores de compras chinesas surgiram quando os preços caíram abaixo de 18,5 centavos de dólar por libra-peso. Apesar de a paridade de exportação não estar totalmente favorável, algumas regiões não produtoras podem ter aproveitado a oportunidade. Além disso, a Trading Corporation of Bangladesh (TBC) anunciou uma licitação para importar 10 mil toneladas de açúcar, garantindo o abastecimento durante o Ramadã. Embora pontual, essa movimentação reforça a tendência de suporte aos preços no curto prazo.

No lado da oferta, além da redução da disponibilidade no Brasil, as exportações indianas seguem em ritmo lento. A paridade de exportação do açúcar bruto está ligeiramente positiva, o que pode sustentar os preços enquanto os usineiros aguardam valores mais elevados. Para o açúcar branco, a paridade é mais favorável, mas há resistência nas vendas devido às exigências de prêmios que compradores podem não estar dispostos a pagar.

Diante desse cenário, o mercado de açúcar encontra suporte de curto prazo, mas especialistas alertam que os fluxos comerciais devem ser mais equilibrados nos próximos meses. “Embora os preços estejam firmes agora, é pouco provável que atinjam o patamar de 23-25 centavos por libra-peso em breve. No momento, os valores atuais parecem justos, com maior probabilidade de correção para baixo do que de novas altas”, conclui Coda.

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