Excelência e dedicação ao associado!

  (16) 99710-6190      (16) 3511-3300        Rua Dr. Pio Dufles - 532 Sertãozinho | SP

Sobretaxa de Trump sobre produtos brasileiros pode custar R$ 20 bilhões ao Brasil, alerta professor da FEI

Medida protecionista dos EUA afeta setores-chave como agronegócio e indústria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que impõe uma sobretaxa de 50% sobre aproximadamente 58% das exportações brasileiras para o país norte-americano. A medida, com entrada em vigor a partir de 6 de agosto, foi justificada como uma ação em defesa da “segurança nacional”, mas poderá gerar um prejuízo de até R$ 20 bilhões ao PIB brasileiro em apenas um ano, conforme estimativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O impacto da medida afeta diretamente dois pilares da economia nacional: o agronegócio e a indústria de transformação. Produtos como café em grão, carnes (bovina e de frango), frutas e açúcar estão entre os mais prejudicados, sofrendo um aumento imediato nos custos de entrada nos Estados Unidos — um dos principais mercados consumidores dessas mercadorias.

Na indústria, a sobretaxa atinge calçados, têxteis, máquinas e equipamentos elétricos, setores que já enfrentam desafios estruturais internos e dependem da competitividade para se manterem no mercado externo.

“Essa ação protecionista, por si só, já é bastante prejudicial para o exportador brasileiro, que perde competitividade no mercado americano”, afirma Rodrigo Barreto, doutor em economia e professor de Administração do Centro Universitário FEI.

Setores poupados e estados mais atingidos

Nem todos os produtos foram atingidos pela nova medida. Ficam de fora da sobretaxa bens estratégicos para a indústria americana, como petróleo bruto, minério de ferro, aviões e celulose. No entanto, as exceções não amenizam o impacto sobre a balança comercial brasileira, especialmente em estados com alta exposição ao mercado norte-americano, como São Paulo (indústria e agronegócio); Espírito Santo (açúcar e café) e Ceará (calçados e têxteis).

Segundo a CNI, essas regiões podem sofrer com redução na produção, suspensão de investimentos e cortes de empregos, agravando o cenário econômico local.

Efeitos sobre o consumidor: inflação e desvalorização cambial

Os efeitos colaterais da decisão dos EUA também chegarão ao consumidor brasileiro. A medida poderá reduzir a entrada de dólares no país, pressionando o câmbio e desvalorizando o real. Isso encarece a importação de insumos e componentes industriais, como microchips, fertilizantes e máquinas-ferramenta, o que aumenta os custos de produção no mercado interno.

“A desvalorização do real e o encarecimento de insumos podem gerar uma pressão adicional sobre a inflação, o que acaba prejudicando o bolso de toda a população”, alerta o professor Rodrigo Barreto.

Com a inflação pressionada, produtos industrializados, alimentos e combustíveis podem registrar alta de preços, afetando diretamente o poder de compra dos brasileiros.

Caminho diplomático e risco de escalada comercial

Diante da gravidade da situação, o governo brasileiro está buscando o diálogo com os Estados Unidos para tentar reverter a sobretaxa antes de adotar medidas retaliatórias. Caso as negociações fracassem, o país poderá recorrer à Lei de Reciprocidade, adotando contramedidas comerciais contra os EUA, o que pode agravar ainda mais a tensão comercial entre as duas nações.

O desfecho desse impasse definirá se prevalecerá a via diplomática ou o confronto comercial direto, com consequências não apenas para os exportadores e suas cadeias produtivas, mas também para o emprego, o consumo e a inflação no Brasil.

Compartilhe este artigo:

LinkedIn
Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *