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Tarifas de 50% impostas pelos EUA às exportações brasileiras geram alerta e debate sobre fortalecimento interno da economia

Amcham Brasil pede diálogo bilateral para evitar impactos nas relações comerciais, enquanto Sebrae enxerga oportunidade de abrir novos mercados e reforçar a soberania nacional

A confirmação da aplicação de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros desencadeou uma onda de reações no setor empresarial e político. A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) manifestou profunda preocupação com a medida, ressaltando que ela ameaça fragilizar as relações econômicas e comerciais entre os dois países, prejudicando a competitividade das empresas, a geração de empregos e o poder de compra dos consumidores.

Ao longo de mais de dois séculos de relações diplomáticas ininterruptas, Brasil e EUA construíram uma parceria sólida, pautada por valores comuns e intenso intercâmbio empresarial. Para a Amcham, eventuais divergências devem ser tratadas por meio de diálogo construtivo em alto nível, a fim de preservar a cooperação econômica.

Uma pesquisa realizada pela entidade entre 24 e 30 de julho revelou que mais de 50% das empresas exportadoras brasileiras estimam que o aumento tarifário poderá causar interrupção total ou uma redução superior a 50% nas vendas para os Estados Unidos. O levantamento também apontou que 86% das empresas acreditam que medidas de reciprocidade por parte do Brasil agravariam as tensões bilaterais e poderiam impactar cadeias produtivas que dependem de insumos e tecnologias americanas, além de gerar efeitos negativos na imagem do país como destino de investimentos.

Impacto econômico e setores estratégicos

Com base em dados da USITC, a Amcham calculou que a lista de exceções publicada pelo governo norte-americano em 30 de julho abrange 694 produtos, equivalendo a US$ 18,4 bilhões em exportações brasileiras — cerca de 43,4% do total exportado para os EUA em 2024. Apesar de atenuar parcialmente os efeitos da tarifa, a entidade alerta que setores estratégicos ainda serão fortemente impactados, sobretudo aqueles que ficaram de fora da lista de exceções.

Sebrae vê cenário como “despertar” para o Brasil

Em meio às críticas, o presidente do Sebrae, Décio Lima, adotou um tom mais otimista ao comentar o decreto assinado pelo presidente norte-americano Donald Trump. Para ele, o chamado “tarifaço” não representa uma tragédia, mas sim uma oportunidade de fortalecer a economia brasileira e abrir novos mercados.

“O Brasil é gigante, tem riqueza, povo empreendedor e vocação global. Chegou a hora de agir com patriotismo e coragem. Essa é uma narrativa de taxação contra o Brasil, mas não podemos entrar numa onda de pessimismo. Vamos crescer com essa situação e mostrar o tamanho que temos”, afirmou.

Lima destacou que o momento atual reforça o sentimento de soberania nacional e pode estimular o país a explorar seu potencial produtivo. “Não somos mais um território de subserviência. Essa situação vai nos fazer enxergar a grandeza do nosso país e do nosso povo”, disse.

Pequenos negócios ganham protagonismo

O presidente do Sebrae ressaltou ainda o papel dos pequenos negócios, que já representam mais de 60% das vagas de emprego geradas no país e somam 2,6 milhões de novos CNPJs apenas em 2025. Atualmente, 68% das exportações dessas empresas são destinadas às Américas, com destaque para América do Norte e América do Sul.

Segundo dados da entidade, nos últimos 10 anos o número de empreendedores brasileiros vendendo para o exterior cresceu 120%, enquanto o crescimento entre médias e grandes empresas foi de 29%. O volume financeiro movimentado pelos pequenos negócios aumentou 152% no mesmo período, atingindo US$ 2,8 bilhões em 2023.

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