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Tendência de queda no preço do açúcar em 2025

A projeção de queda nos preços do açúcar em 2025 está alinhada ao aumento da produção global e a um superávit de oferta, segundo o economista Julio Maria M. Borges, sócio-diretor da JOB Economia e Planejamento. Após uma desvalorização de -6,41% no ano anterior, as estimativas apontam para uma continuidade desse movimento, salvo ocorrência de eventos climáticos extremos.

“Até o momento, os indicadores climáticos não sugerem adversidades que possam comprometer a produção”, afirma Borges em entrevista ao Investing.com. O desempenho inicial de 2025 confirma essa tendência, com a commodity acumulando uma desvalorização de 5,87% no ano. No último fechamento (21 de janeiro), o açúcar recuou 2,4%, atingindo US$ 17,79 por libra-peso para os contratos de março de 2025, o menor nível em cinco meses.

Fatores como um desempenho melhor do que o esperado na safra brasileira e a liberação pela Índia de 1 milhão de toneladas para exportação têm influenciado o mercado. Embora a decisão indiana tenha impacto limitado, a previsão de Borges sugere que o excedente de 2 milhões de toneladas não afetará significativamente a liquidez internacional.

Para a safra brasileira, a projeção é de uma moagem entre 610 e 660 milhões de toneladas no Centro-Sul e cerca de 64 milhões no Nordeste. Essa variação reflete a dependência das condições climáticas no primeiro trimestre de 2025.

As chuvas favoráveis no Hemisfério Norte também contribuem para expectativas positivas na Europa e na Ásia, reforçando a oferta global. No entanto, o superávit não deve gerar estoques excedentes que poderiam pressionar os preços a médio prazo.

Cenário do etanol

No mercado de etanol, Borges prevê que os preços permanecerão baixos, influenciados pelo preço do petróleo e sua relação com o valor da gasolina. Ele estima o etanol hidratado na faixa de R$ 3,40 por litro, enquanto o anidro apresenta um ágio de 12% a 13% sobre o hidratado. Apesar disso, a remuneração do açúcar continua mais vantajosa.

As empresas sucroenergéticas têm se beneficiado de condições cambiais favoráveis, com o dólar elevado e o real desvalorizado impulsionando receitas de exportação. “Esse cenário favorece os produtores, pois afeta 100% das receitas, mas apenas uma parcela dos custos”, explica Borges.

Apesar do panorama positivo, o economista alerta para os riscos inerentes à atividade agrícola, como as queimadas de 2024, que trouxeram prejuízos significativos. Ele reforça a importância de seguros agrícolas e estratégias de hedge para mitigar impactos financeiros.

Borges destaca ainda que o setor sucroenergético vive um período de cinco safras consecutivas com preços acima dos custos totais de produção, o que contrasta com outros segmentos agrícolas que enfrentam dificuldades financeiras. Contudo, ele ressalta que problemas de gestão ainda afetam algumas empresas, levando a pedidos de recuperação judicial.

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