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Tensão no Oriente Médio ameaça mercado global de fertilizantes e pressiona preços no Brasil

O mercado internacional de fertilizantes segue aquecido e sob alerta. Segundo o relatório mensal do Itaú BBA, divulgado em junho, os preços dos principais insumos seguem em trajetória de alta. Em maio, os fosfatados lideraram o movimento: o MAP (fosfato monoamônico) registrou elevação de 3,2% nos portos brasileiros, atingindo a marca de USD 722,5 por tonelada.

Os potássicos também acompanharam esse impulso, com destaque para o cloreto de potássio (KCl), que subiu 2,8% no mês, alcançando USD 365/t. Já os nitrogenados, ainda que em menor ritmo, não ficaram de fora: a ureia teve alta de 1,3%, cotada a USD 395/t, refletindo uma combinação de demanda firme e incertezas no abastecimento.

Geopolítica como fator de risco

Por trás desse cenário de preços em alta, há um agravante mais perigoso: a escalada do conflito entre Israel e Irã. O embate direto entre dois dos principais atores do Oriente Médio reascende preocupações sobre a estabilidade de uma região que desempenha papel estratégico no comércio internacional de fertilizantes.

O Irã, por exemplo, é o terceiro maior exportador mundial de ureia e também um player relevante na produção e exportação de amônia — dois insumos cruciais para o agronegócio. Israel, por sua vez, figura como sexto maior exportador de potássio, sendo também um parceiro relevante para o Brasil. A eventual paralisação da produção nesses países pode impactar significativamente o suprimento global, inclusive nas importações brasileiras, que dependem fortemente desses mercados.

Produção prejudicada no Egito e logística sob ameaça

Os efeitos colaterais já começaram a aparecer. No Egito, fábricas de ureia foram obrigadas a interromper temporariamente suas operações, uma vez que o fornecimento de gás natural — vindo de Israel — foi suspenso por precaução. Os campos de gás israelenses foram fechados como medida preventiva diante do risco de bombardeios.

Outro ponto crítico de atenção é o estreito de Ormuz, que conecta o Golfo Pérsico ao Oceano Índico. Essa passagem estratégica escoa grande parte dos fertilizantes e do petróleo produzidos por países como Irã, Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes e Iraque. Qualquer bloqueio nessa região representaria uma ruptura dramática nas cadeias globais de suprimento, inclusive afetando os custos e prazos de entrega para o Brasil.

Perspectiva de alta contínua nos preços

Com um prêmio de risco elevado, em meio a uma demanda já aquecida, o mercado de fertilizantes pode entrar em uma nova fase de valorização. Embora a possibilidade de desabastecimento ainda seja considerada distante, o cenário atual já é suficiente para manter os players em estado de alerta.

Analistas apontam que a continuidade da tensão no Oriente Médio pode gerar uma nova onda de aumentos nos preços, elevando os custos da produção agrícola em diversos países — especialmente no Brasil, que já sente os reflexos da instabilidade global no campo.

A guerra pode ter começado a milhares de quilômetros de distância, mas suas repercussões econômicas estão cada vez mais próximas do bolso do produtor rural.

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