Trajetória canavieira
A história da Solidaridad Brasil com a cadeia canavieira começou em 2010, com o projeto “RenovAção”, que, em parceria com a Unica e envolvendo 87 unidades industriais, foi criado para capacitar os cortadores de cana visando prepará-los para se recolocarem em outras funções no setor após o fim das queimadas e, consequentemente, do corte manual. Ao longo de seus cinco anos, o projeto atendeu 6,65 mil trabalhadores, conseguindo recolocação para 68% desse universo.
O segundo passo no setor teve início em 2016, na Socicana (Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba), com a criação de um programa denominado “Top Cana”, que englobou cerca de 120 produtores que puderam conhecer e adotar modelos de gestão sustentáveis e práticas agrícolas em suas propriedades.
Com o sucesso da iniciativa foi possível viabilizar um projeto de proporções ainda maiores. Surge, então, a parceria entre a Solidaridad Brasil e a Orplana, nascendo o “Muda Cana”, que, num primeiro estágio, atua no apoio organizacional e estrutural das 32 associações, fazendo com que elas consigam evoluir no atendimento ao produtor.
“O foco é fortalecer as associações para que elas evoluam na oferta de conhecimento, informação, inteligência de dados, assistência técnica e extensão rural, entre outros”, disse Castro.
Claro que cada organização tem uma realidade específica, e o tempo de maturação (para estar preparada para uma segunda fase) é completamente diferente, como explica a gerente de projetos de cana-de-açúcar da Solidaridad Brasil, Aline Silva: “Nas associações, o objetivo é fortalecer principalmente a questão de gestão e profissionalização, a qual inclusive temos uma equipe de consultores com dedicação exclusiva, trabalhando no sentido de mapear os processos e propor planos de ação de acordo com as demandas particulares de cada uma. Nessa fase estamos com realidades distintas. Na Canaoeste, por exemplo, já fizemos esse mapeamento e identificamos processos prioritários, conseguindo traçar os planos de ação, enquanto que em outras associações estamos na fase inicial de engajamento e identificação das necessidades”.
O primeiro passo dessa fase é o desenvolvimento de um banco de dados capaz de diagnosticar as dificuldades do associado na adequação de questões importantes como as regras socioambientais, o Renovabio, o novo Consecana-SP, entre outras.
Perante o cenário, no segundo semestre do corrente ano, a Canaoeste e mais três associações (Afcop, Assobari e Socicana) fecharam seus primeiros contratos de parceria com a organização mundial e iniciaram o processo de implementação da segunda fase do Muda Cana, que irá envolver diretamente o produtor.
Fonte:
Revista Canavieiros
Escrito por: Marino Guerra