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Trump sinaliza mudança no adoçante da Coca-Cola e pode impulsionar o açúcar brasileiro

Nos últimos dias, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou uma medida que pode provocar um impacto expressivo no mercado global de açúcar: a substituição do atual adoçante utilizado na produção da Coca-Cola norte-americana — o xarope de milho (HFCS) — pelo açúcar de cana.

A proposta, ainda não oficializada, gerou especulações e análises sobre os potenciais efeitos comerciais da mudança. Deixando de lado o debate político, os números revelam um cenário que pode favorecer diretamente o mercado de açúcar brasileiro, maior fornecedor global da commodity.

O peso da Coca-Cola no mercado

Documento elaborado pela FG/A destaca que o relatório anual 10-K da empresa divulgado à SEC (órgão regulador dos EUA), destaca que a Coca-Cola vendeu globalmente 33,7 bilhões de unit cases. Desse total, cerca de 16% correspondem ao mercado dos Estados Unidos, sendo que 42% do consumo americano refere-se à versão original da bebida, a qual utiliza um adoçante como ingrediente principal.

Convertendo os dados para volume líquido, isso representa 12,86 bilhões de litros de Coca-Cola por ano apenas nos EUA. Com base na média de concentração divulgada pela própria empresa — 115,06 gramas de açúcar por litro —, a substituição completa do xarope de milho pelo açúcar de cana demandaria 1,48 milhão de toneladas métricas de açúcar anualmente.

Impacto direto na produção brasileira

Esse volume representa aproximadamente 3,2% da produção anual de açúcar do Brasil, que já responde por cerca de 50% das exportações globais da commodity, segundo dados do USDA. Na prática, a adoção total do açúcar de cana pela Coca-Cola nos EUA criaria uma nova demanda significativa, que deixaria de ser atendida internamente e passaria a ser disputada no comércio internacional.

Mesmo com a possibilidade de tarifas de até 50% sobre o açúcar brasileiro, a expectativa do setor é de que o Brasil seja o principal candidato a suprir esse novo mercado, devido à sua escala de produção, eficiência e histórico de exportações.

Nova pressão sobre o balanço global

Essa movimentação poderia causar um reposicionamento no balanço global de açúcar, pressionando estoques, influenciando preços e reorganizando rotas de exportação. Especialistas destacam que essa demanda concentrada em um único player de peso como a Coca-Cola, combinada com a liderança exportadora brasileira, pode fortalecer ainda mais a posição do Brasil como fornecedor estratégico da commodity no cenário internacional.

O desdobramento da proposta ainda depende de decisões políticas e comerciais dentro dos EUA, mas os sinais indicam que o setor sucroenergético brasileiro deve observar com atenção os próximos capítulos desta possível virada no mercado global de adoçantes.

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