Excelência e dedicação ao associado!

  (16) 99710-6190      (16) 3511-3300        Rua Dr. Pio Dufles - 532 Sertãozinho | SP

USP avança na produção de hidrogênio renovável a partir do etanol e impulsiona transição energética

Projeto pioneiro da universidade abre caminho para a mobilidade sustentável e a descarbonização industrial

A Universidade de São Paulo (USP) está realizando testes na primeira planta experimental do mundo dedicada à produção de hidrogênio renovável a partir do etanol. O projeto, liderado pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da universidade, representa um avanço significativo no desenvolvimento de soluções energéticas sustentáveis e na transição para uma economia de baixo carbono.

Com um investimento de R$ 50 milhões, a estação está situada na Cidade Universitária, em São Paulo, e conta com o apoio de grandes empresas e instituições, como Shell Brasil, Raízen, Hytron (parte do Grupo Neuman & Esser), SENAI CETIQT e a própria USP via RCGI. Além disso, Toyota, Hyundai, Marcopolo e a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU) também participam da iniciativa. A tecnologia desenvolvida tem o objetivo de demonstrar a viabilidade do etanol como vetor para a produção de hidrogênio sustentável, aproveitando a infraestrutura já estabelecida no país.

Produção e aplicações

A planta-piloto tem capacidade para gerar 100 quilos de hidrogênio por dia, que serão utilizados para abastecer três ônibus e dois veículos leves, incluindo os modelos Toyota Mirai e Hyundai Nexo, ambos movidos a hidrogênio. Os testes avaliarão a eficiência do processo, a taxa de conversão do etanol em hidrogênio e o desempenho do combustível nos veículos.

“Estamos promovendo uma mudança na matriz energética ao demonstrar que a produção de hidrogênio sustentável a partir do etanol é viável e eficiente do ponto de vista logístico”, afirma Julio Meneghini, diretor científico do RCGI. “O Brasil tem vantagens estratégicas para liderar esse desenvolvimento, considerando sua infraestrutura consolidada de etanol. Isso abre novas oportunidades para descarbonizar setores industriais de alta emissão, como siderurgia, cimento, química, petroquímica e transporte de cargas e passageiros.”

Tecnologia e impacto ambiental

A geração de hidrogênio na planta ocorre por meio da reforma a vapor do etanol, um processo químico no qual o etanol reage com água sob altas temperaturas para liberar hidrogênio. Esse método é considerado eficiente e de baixo impacto ambiental, pois o CO2 emitido no processo é biogênico, podendo ser compensado pelo ciclo natural de cultivo da cana-de-açúcar.

A implementação da estação experimental fortalece a perspectiva da mobilidade sustentável no Brasil. Fabricantes de aviões, caminhões e ônibus poderão se beneficiar diretamente da tecnologia, tendo acesso a uma fonte confiável de hidrogênio para o desenvolvimento de células a combustível.

“O avanço dessa tecnologia pode gerar impactos profundos na indústria brasileira. A disponibilidade de hidrogênio renovável em grande escala permitirá a evolução de diversas frentes, desde a mobilidade urbana até a produção de fertilizantes sustentáveis”, ressalta Meneghini.

Perspectivas futuras

Os resultados obtidos nesse projeto servirão de base para estudos de ampliação da produção. “Nosso foco é comprovar o potencial dessa solução e gerar conhecimento técnico-científico que possibilite a produção e distribuição de hidrogênio renovável em grande escala, aproveitando a estrutura já existente do etanol”, explica Meneghini.

O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, destaca a importância do projeto para o futuro energético do país: “As universidades desempenham um papel crucial no desenvolvimento de tecnologias inovadoras que possibilitem a transição energética. Se conseguirmos disponibilizar energia mais barata e com menor pegada de carbono, o Brasil poderá se consolidar como uma potência global nesse setor”.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, visitou a planta no dia 19 de fevereiro e reforçou a relevância da iniciativa para a economia estadual e nacional. “A USP e seu Centro de Pesquisa em Gases de Efeito Estufa são exemplos do potencial científico que temos para liderar a transição energética. Nossa infraestrutura, disponibilidade hídrica e mão de obra qualificada nos credenciam a impulsionar a produção de energia limpa e renovável, beneficiando não apenas São Paulo, mas todo o país e o mercado internacional”, afirmou o governador.

Compartilhe este artigo:

LinkedIn
Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *