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Controle biológico ganha força no manejo sustentável da cana-de-açúcar

Palestra de Alexandre de Sene destaca novas tecnologias, uso de micro-organismos e desafios no controle de pragas e doenças

O manejo biológico vem se consolidando como uma das principais estratégias para elevar a produtividade e a sustentabilidade da cana-de-açúcar. Esse foi o foco da Reunião Técnica de Manejo Biológico de Pragas na Cana-de-Açúcar, promovida pela Canaoeste no dia 25 de setembro, em Sertãozinho – SP. O evento contou com palestra do professor e consultor Alexandre de Sene, que atua em 94 usinas no Brasil e no exterior e é referência em biotecnologias aplicadas ao campo.

Durante a apresentação, Sene destacou o avanço do uso de biológicos — como fungos, bactérias e parasitoides — no controle de pragas como cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata) e broca-da-cana (Diatraea saccharalis), além de doenças de solo. “Com o manejo biológico, a própria natureza trabalha a nosso favor, garantindo controle eficaz e reduzindo impactos ambientais”, afirmou. Ele citou o sucesso de soluções como Trichoderma, Metarhizium e Azospirillum, que vêm apresentando resultados consistentes em produtividade e resiliência das lavouras.

O especialista também abordou o papel do Azospirillum na fixação biológica de nitrogênio e na tolerância à seca, especialmente em ambientes de menor fertilidade. Segundo ele, a combinação do micro-organismo com adubação racional pode reduzir custos e aumentar o vigor das plantas. “Com o uso correto, conseguimos manter a produtividade mesmo em anos de estiagem e ainda diminuir a dependência de insumos químicos”, explicou.

Entre as inovações apresentadas, Sene destacou o uso de drones e armadilhas eletrônicas para monitoramento de pragas e aplicação precisa de produtos biológicos. As novas tecnologias, segundo ele, têm permitido maior agilidade nas decisões de manejo e melhor eficiência operacional. “Essas ferramentas estão mudando o jeito de monitorar as pragas e tornam o controle mais estratégico e menos reativo”, disse.

O palestrante também alertou para os desafios persistentes, como a resistência da cigarrinha-da-cana, que exige aplicação em momentos específicos e estratégias integradas de controle. Ele ressaltou que, embora o Brasil já conte com mais de 90 produtos biológicos registrados, o setor ainda precisa investir em pesquisa e capacitação técnica para explorar todo o potencial do biocontrole.

O vice-presidente da Canaoeste, Marco Guidi, relatou resultados positivos com o uso de biológicos em sua propriedade, disponibilizados a preços mais atrativos pela biofábrica da associação. “Eliminamos a necessidade de aumentar as doses de químicos e obtivemos um controle eficiente e econômico. A longo prazo, é mais barato e sustentável”, afirmou.

Encerrando o encontro, Sene reforçou que o futuro da canavicultura depende da integração entre biotecnologia, precisão agrícola e sustentabilidade. “Estamos no início de uma nova fase no manejo da cana. Quem souber combinar biológicos com tecnologia de aplicação terá vantagem competitiva no campo”, concluiu.

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