Sustentabilidade Disruptiva
Canaoeste se torna importante agente conciliador na relação entre produtividade e preservação
É consenso no mundo agro que uma das suas maiores falhas é a incapacidade de se comunicar com a população das cidades. Nesse ponto existe um claro paradoxo que se forma não somente observando a opinião pública brasileira, mas mundial. Isso porque ao mesmo tempo em que a produção agropecuária brasileira é a mais eficiente do planeta, sob o aspecto produtividade versus preservação ambiental, sofre ataques constantes por todos os flancos ao menor ruído noticiado.
Um exemplo recente desse efeito é a aprovação da “Lei dos Agroquímicos”, projeto que visa melhorar a qualidade dos defensivos agrícolas eliminando barreiras desnecessárias no processo de aprovação de novas moléculas. Contudo, quando o assunto volta à pauta no Congresso Nacional, memes e opiniões vazias surgem aos milhares, levando aos receptores da informação conclusões rasas contrárias à evolução. E com isso não só o agro, mas o Brasil, precisa adiar por mais um tempo seu processo evolutivo.
Claro que parte dessa derrota na batalha da opinião pública muito se dá devido à criação de bolhas de pontos de vista causadas pelas redes sociais, o que faz com que as pessoas sejam intolerantes às opiniões contrárias e passem a buscar informações que agradem aquilo em que acreditam, mesmo que essas venham de fontes obscuras e com a veracidade totalmente questionável.
Governos anteriores também acumulam responsabilidades nessa guerra, pois na tentativa de agradar a “gregos e troianos” escolheram como cabeças das pastas relacionadas à agricultura e ao meio ambiente pessoas com posições extremas, criando um muro entre dois setores que precisam andar juntos.
Em tempo, o início dos governos Bolsonaro e Dória, através da escalação de jogadores que pretendem vestir a mesma camisa, dão sinais de que, pelo menos na esfera política, esse antagonismo caminha para um sistema harmônico, principalmente com discursos e atitudes únicas, o que fará com que as poucas arestas sejam aparadas. Isso é fundamental para o Brasil conseguir romper a bolha da opinião pública mundial e finalmente ser reconhecido como a maior potência, observando o triângulo da sustentabilidade (social, ambiental e econômica).
No entanto, o setor produtivo precisa também fazer a sua parte. Nessa esfera, as associações ganham uma imensa responsabilidade, pois a batalha da mudança de imagem é a união da comunicação social, da política e do ganho de produtividade, razão da criação dessas entidades.
Perante essa constatação, a Canaoeste surge como um case de sucesso ao agregar em seu portfólio soluções disruptivas voltadas à integração produção e meio ambiente, mostrando para toda a sociedade o quanto os produtores de cana-de-açúcar estão avançados no sentido da sustentabilidade.
Em um pequeno resumo de suas ações, está a formação, desde o começo do século, de um dos departamentos ambientais, sob o ponto de vista jurídico e técnico, mais experientes e estruturados do mundo agro nacional.
A formação dessa estrutura permite receber soluções tecnológicas com eficiência. Um exemplo foi o lançamento do sistema de monitoramento de incêndios via satélite, que permite comunicar às equipes brigadistas sobre os focos de fogo criminal ou acidental em uma velocidade ímpar.
Dessa maneira, andando lado a lado com a tecnologia e com cuidado para escolher aquilo que realmente importa, não só a Canaoeste, mas as organizações líderes do agro, são disruptivas não somente nos processos, mas na cabeça dos que deixam-se seduzir pelo senso comum.
Fonte: Revista Canavieiros
Escrito por: Marino Guerra