Qual a melhor opção entre uma caminhonete movida a diesel ou a etanol?
Recentemente, em razão da crise de liquidez e preço causada pela pandemia da Covid-19, uma grande campanha intitulada “Prefira Etanol” ganhou as páginas e telas com artes produzidas por diversas entidades do setor sucroenergético.
O foco do esforço é convencer os donos dos veículos de passeio, que carregam a tecnologia flex em sua maioria esmagadora e são a base da frota nacional, a optar pelo biocombustível na hora de abastecer, levando em consideração alguns princípios como o econômico, o social, o ambiental e o nacionalismo.
Nada mais justo, tendo em vista que o etanol é um combustível genuinamente brasileiro. Faz parte de uma cadeia que gera quase dois milhões de empregos e responde por cerca de 2% do PIB, fora o fato de neutralizar o carbono e, em alguns casos até retirar o elemento químico da atmosfera, já que a cana-de-açúcar é uma planta com alta capacidade de fixá-lo no solo.
O diesel, por sua vez, vem em grandes volumes do exterior e, no ano passado, o Brasil quebrou o recorde de compra. Por ser um combustível fóssil, é um dos principais causadores do efeito estufa.
Diante disso, há um questionamento pertinente para quem é do campo: por que a grande maioria das caminhonetes compradas pelos produtores rurais tem seus motores movidos a diesel?
Uma palavra resolve parte da questão – torque. Seja para o transporte de cargas pesadas ou para andar em terrenos acidentados, as versões que giram pela queima do combustível fóssil rendem expressivamente mais.
Contudo, quando o veículo é para o transporte em terrenos mais regulares (carreadores e asfalto), o produtor, mesmo aquele que não esteja envolvido com a cultura canavieira, deve considerar em sua decisão de compra a versão movida a etanol, simplesmente pelos argumentos citados acima.
Além deles, uma pick-up flex tem um preço de aquisição menor e demanda menos recursos de manutenção.
Outras categorias de veículos em que as questões de sustentabilidade, tanto econômicas como sociais e ambientais, precisam ser levadas em consideração são nas SUVs e Jeeps, carros destinados basicamente ao transporte urbano. Quando não utilizados em trilhas, não se justifica a escolha pelo diesel.
Os grandes nomes do paisagismo nacional, até pouco tempo atrás, elencavam em seus projetos plantas de todas as partes do mundo, inclusive algumas estranhas ao nosso ecossistema. No entanto, certos profissionais viram o óbvio, viraram gênios e pais de uma grande tendência: o Brasil é uma potência em biodiversidade. Temos no nosso quintal uma gama de espécies muito mais belas e adaptadas ao nosso ambiente.
Do mesmo modo, o que falta para o etanol cair nas graças de todos, assim como a Palmeira Juçara?
Por: Marino Guerra – Revista Canavieiros