Mercado de açúcar e etanol inicia julho com queda nas vendas e estabilidade nos preços, aponta Cepea

Oferta controlada e demanda contida explicam cenário de equilíbrio
O setor sucroenergético paulista abriu o mês de julho sob um clima de cautela e estabilidade, segundo dados divulgados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Enquanto o etanol hidratado teve uma queda expressiva de 40,4% nas vendas, atingindo o menor volume da safra 2025/26, o açúcar cristal iniciou o mês cotado a R$ 1.160 por saca de 50 kg, mantendo-se estável após semanas de oscilações.
Na primeira semana de julho, o mercado spot do etanol hidratado em São Paulo registrou quase 20 milhões de litros a menos em relação à semana anterior. Essa retração acentuada é explicada principalmente pela demanda retraída, já que muitos compradores se abasteceram em semanas anteriores. Com os estoques ainda ajustados, as usinas optaram por manter os preços, sem realizar cortes agressivos.
O Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou o período entre 30 de junho e 4 de julho em R$ 2,6055/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), representando queda leve de 0,17%. Já o etanol anidro teve pequena valorização de 0,11%, encerrando a R$ 2,9996/litro (também líquido de impostos).
Açúcar cristal: preços estáveis com oferta moderada
O açúcar cristal também entrou em julho com sinais de estabilidade. O Indicador CEPEA/ESALQ ficou em torno de R$ 1.160/saca, refletindo o equilíbrio entre a oferta controlada pelas usinas e a demanda contida no mercado interno. O foco das usinas no escoamento para o mercado externo também contribuiu para a sustentação dos preços, evitando quedas mesmo com a demanda doméstica em compasso de espera.
Tanto para o etanol quanto para o açúcar, o comportamento atual do mercado está diretamente relacionado à postura estratégica das usinas, que mantêm a oferta ajustada para evitar pressões negativas sobre os preços. A antecipação de compras por parte das distribuidoras (no caso do etanol) e a demanda discreta das indústrias (no caso do açúcar) ajudam a sustentar o atual quadro de estabilidade.
O cenário pode mudar nas próximas semanas, conforme alguns fatores externos e internos evoluírem, tais como a oscilações cambiais podem aumentar a competitividade dos produtos brasileiros no exterior; o clima e ritmo da moagem impactarão a disponibilidade de oferta nas usinas; as decisões industriais sobre o mix de produção entre etanol e açúcar também terão peso relevante e as políticas de mistura e tributação podem interferir na demanda por biocombustíveis.
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