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Canaoeste leva equipe técnica à 21ª edição do InsectShow e reforça estratégias contra pragas emergentes da cana

Evento contou com a participação de diversos especialistas do setor

A 21ª edição do InsectShow, realizada nos dias 23 e 24 de julho em Ribeirão Preto – SP, consolidou-se mais uma vez como o principal palco de debates técnicos sobre controle de pragas no setor sucroenergético. Sob o tema “Pragas Estranhas”, o evento reuniu centenas de produtores, pesquisadores, indústrias e entidades representativas, trazendo à tona um cenário desafiador: após anos de relativa estabilidade, o retorno agressivo de pragas antigas e a ascensão de novas ameaças exigem que o setor repense estratégias e integre tecnologias para proteger a produtividade dos canaviais.

A Canaoeste, ciente da importância desse momento, marcou presença com sua equipe de agrônomos, reforçando o compromisso com a atualização contínua e com a difusão de práticas sustentáveis junto aos produtores associados.

“O InsectShow é referência para a disseminação de conhecimento, informações e tecnologias sobre o controle de pragas da cana. É muito importante que a equipe participe para se atualizar e poder auxiliar o produtor associado no manejo adequado e sustentável da cultura, visando aumentar as produtividades e a qualidade da matéria-prima”, ressaltou Alessandra Durigan, agrônoma da Canaoeste.

Sphenophorus levis: uma praga persistente que redefine estratégias

Entre os destaques da programação, o Sphenophorus levis foi apontado como um dos maiores desafios atuais do manejo fitossanitário. Tradicionalmente associado a perdas na longevidade dos canaviais, o inseto ganhou protagonismo com dados alarmantes apresentados por diversas usinas e centros de pesquisa.

Nos últimos anos, a incidência da praga cresceu de forma silenciosa, muitas vezes passando despercebida até que os danos estruturais no canavial se tornassem irreversíveis. Especialistas destacaram o uso de nematóides entomopatogênicos como uma das soluções mais promissoras, além da importância de entender o ciclo de vida do inseto para definir o momento exato de intervenção.

“O problema não é o produto, é o timing da aplicação”, reforçou a palestrante Hayrá Reis, Gerente Corporativa de Fitotecnia da BP Bionergy, chamando atenção para a necessidade de monitoramento preciso e regionalizado.

Pão de Galinha: de praga secundária a vilã dos canaviais

Se o Sphenophorus preocupa, os corós ou “Pão de Galinha” causaram espanto ao deixarem de ser coadjuvantes para se tornarem protagonistas de perdas milionárias. Em algumas usinas da BP Bionergy em Goiás e São Paulo, os prejuízos somaram até 200 mil toneladas de cana em apenas uma safra.

As larvas de coleópteros como Diloboderus e Phyllophaga se alimentam das raízes e bases dos colmos, comprometendo tanto a brotação de novas áreas quanto a sobrevivência de canaviais já formados. Pesquisadores enfatizaram protocolos de monitoramento por trincheiras, armadilhas luminosas para captura de adultos e estratégias integradas com uso de Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae e manejo de matéria orgânica.

“Eu me assustei quando vi uma pela primeira vez. Algumas têm o tamanho da palma da mão. É impossível olhar para isso e ainda chamar de praga secundária”, disse Hayrá.

Broca-da-cana: avanços, mas sem espaço para descuido

A tradicional broca-da-cana (Diatraea saccharalis) também esteve em pauta, com ênfase nos avanços tecnológicos que permitiram reduzir drasticamente os índices de infestação. Controle biológico com Cotesia e Trichogramma via drones, variedades Bt e moléculas de alta performance foram apresentados como pilares de uma estratégia que une precisão técnica e eficiência operacional.

Porém, o alerta foi unânime: a pressão seletiva e o uso repetitivo de químicos podem abrir caminho para a resistência, exigindo rotação inteligente de modos de ação e manutenção de programas integrados.

“Cada vez que achamos que vencemos a broca, ela nos mostra que é preciso continuar atentos”, afirmou um dos palestrantes.

Cigarrinha, nematoides e lagarta-elásmo: o desafio invisível

A cigarrinha-das-raízes, velha conhecida do setor, reforçou seu status de ameaça invisível. O uso massivo de fungos entomopatogênicos, como Metarhizium anisopliae e Beauveria bassiana, foi apontado como essencial para manter populações sob controle, especialmente em regiões de maior pressão.

Os nematóides foram lembrados como pragas negligenciadas, apesar do impacto silencioso na produtividade. A pesquisadora Leila Dinardo-Miranda (IAC) destacou a necessidade de diagnósticos precisos, rotação de culturas e uso de bionematicidas, alertando para a falsa sensação de segurança que levou muitos produtores a priorizarem outras pragas.

Já a lagarta-elásmo (Elasmopalpus lignosellus), apelidada de “lagarta elétrica”, ganhou espaço pelo aumento de casos em áreas de solo arenoso e pós-queima. Estratégias integradas envolvendo irrigação, manejo de palhada e uso de inseticidas específicos foram reforçadas como medidas cruciais.

Um dos grandes diferenciais do InsectShow 2025 foi a ênfase em tecnologias emergentes, como o uso de Inteligência Artificial para prever surtos, ferramentas digitais de monitoramento e o debate sobre produção on farm de bioinsumos versus produtos comerciais. O consenso entre os especialistas é claro: o manejo de pragas deixou de ser apenas uma operação de aplicação de defensivos e tornou-se uma estratégia integrada que une ciência, inovação e sustentabilidade.

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