Os nematoides são microrganismos que vivem naturalmente nos solos, entretanto, algumas espécies e sua altas populações causam ataques danosos às culturas porque parasitam o sistema radicular e alteram toda a fisiologia da planta, comprometendo a absorção e a translocação de nutrientes.

Os nematoides parasitas de plantas, chamados de fitonematoides, são inimigos invisíveis ao olho humano e figuram entre as mais comuns e danosas pragas presentes na agricultura brasileira, apesar de muitas vezes serem pouco lembrados. Na cana, são responsáveis por perdas significativas de produção agrícola, pela diminuição da longevidade do canavial e, consequentemente, acarretam grandes prejuízos financeiros.

No campo os sintomas não são percebidos de forma clara, podendo ser confundidos com compactação de solo, deficiência hídrica, deficiência nutricional, doenças, entre outras. Plantas de tamanhos desiguais, nanismo, perfilhamento menor, são características de canavial que está sofrendo com ataque de nematoides. Portanto, é muito importante a detecção da praga e seu nível de infestação para a tomada de decisão em relação ao manejo e controle a ser adotado.

Os gêneros Meloidogyne e Pratylenchus são os mais impactantes e causadores de danos econômicos para a cana.

A única maneira de se detectar com certeza a presença de nematoides, quantificar populações e identificar espécies é através de análise realizada em laboratório apropriado, de amostras de solo e raízes coletadas em áreas consideradas suspeitas, como, por exemplo, as que apresentam produção insatisfatória, quedas progressivas de produtividade e manchas no talhão com reboleiras de plantas menos desenvolvidas.

As amostragens devem ser realizadas sempre na época chuvosa do ano, primavera e verão, no momento da reforma do canavial, ou na cana planta ou nas soqueiras, seguindo metodologia determinada para esta praga.

Hoje, as formas de manejo adotadas para minimizar os prejuízos não podem ser obtidas simplesmente com uma medida isolada, ainda mais se os níveis de nematoides estão altos, e sim com manejo integrado (MIP), como: uso de nematicidas químicos, rotação de culturas com plantas não hospedeiras, incorporação de matéria orgânica no solo, revolvimento e pousio do solo e o controle biológico, que a cada dia ganha mais destaque no mercado de insumos agrícolas.

Estratégias de controle

O controle com nematicidas químicos ou biológicos é a maneira mais eficiente de controle e tem apresentado ótimos resultados quando corretamente realizado. Recomenda-se a aplicação de nematicidas no sulco de plantio e nas soqueiras em áreas diagnosticadas com médias e altas infestações. No plantio, aplicar o nematicida no sulco juntamente com a cobrição. Nas soqueiras, aplicar nematicida cortando as touceiras ou ao lado (incorporado).

Recomenda-se a aplicação do nematicida na presença de umidade no solo, preferencialmente nos meses chuvosos, porque grande parte das raízes da cana-de-açúcar, responsáveis pela maior parte da absorção, morre na época seca do ano. Soqueiras falhadas, de corte avançado, com baixa expectativa de produtividade e longevidade não deverão ser tratadas.

Ressaltamos a importância de priorizar sempre a aplicação do nematicida biológico, os bionematicidas, por ser uma estratégia de controle mais segura, pois reduz os impactos ambientais causados pelo uso recorrente de defensivos químicos e atende às exigências impostas ao Agro por produções mais eficientes e sustentáveis. O controle biológico pode ser realizado junto com o controle químico e outras medidas de controle, como culturais e mecânicas, a chamada técnica MIP (Manejo Integrado de Pragas).

✓ Controle biológico com bionematicidas

Nos últimos anos, o aumento do uso de insumos biológicos vem crescendo, tanto como aliado ao MIP como também como uma maneira de alcançar a sustentabilidade. Empresas multinacionais, empresas nacionais e empresas sucroenergéticas incentivam o uso de insumos biológicos com o objetivo de melhorar as condições ambientais, equilibrar os ecossistemas e melhorar as condições aos trabalhadores.

Os bionematicidas agem através de organismos vivos, como fungos e bactérias, que parasitam e matam os nematoides e/ou pela indução de resistência nas raízes. Entregam um maior período de proteção, permanecem no solo por mais tempo e proporcionam outros benefícios, como a indução de resistência e o melhor aproveitamento dos nutrientes do solo. Podem ser utilizados junto com os nematicidas químicos, desde que verificada a compatibilidade dos produtos.

Atualmente, as lavouras de cana-de-açúcar do Brasil já utilizam mais nematicidas de origem biológica do que químicos. Sem dúvidas, o bionematicida é uma ferramenta de manejo eficiente, competitiva e sustentável.

✓ ProtecBio – o bionematicida da Canaoeste

O ProtecBio é um bionematicida que une em sua formulação o Bacillus subtilis com o Bacillus amyloliquefaciens para combater com eficiência os nematoides-de-galha (Meloidogyne) e os nematoides-das-lesões (Pratylenchus). Ambas as cepas são consolidadas no mercado e estão presentes em diversos produtos biológicos conhecidos (Bacillus subtilis CEPA B_003 e Bacillus amyloliquefaciens CEPA B_063).

Este produto conta com um shelf-life de até 01 ano e não precisa ser armazenado em ambientes refrigerados. Vale lembrar que o ProtecBio é exclusivo para os associados da Canaoeste e seu preço é bem atraente em relação ao mercado atual de insumos biológicos.

Lembramos que, para o controle com inseticidas químicos e/ou biológicos, devemos consultar sempre um engenheiro agrônomo e utilizar apenas produtos com registro no Ministério da Agricultura e Pecuária para a cultura e praga em questão.

A Canaoeste possui uma equipe treinada e capacitada para o monitoramento e levantamento de pragas no campo com o objetivo de melhor atender aos produtores associados. Consulte nossa equipe técnica para maiores informações e esclarecimentos de dúvidas.

Escrito por: Alessandra Durigan – Gestora Técnica da Canaoeste