Recorde, planejamento e fé: Uma perspectiva otimista para a safra 2024/25
A região Centro-Sul do Brasil alcançou um marco histórico na produção de cana-de-açúcar até janeiro, registrando um aumento significativo de 18,95% em relação à safra anterior, com uma moagem recorde de 646,05 milhões de toneladas. Esse desempenho ressalta a resiliência do setor sucroenergético diante de desafios recentes.
Após duas safras com indicadores abaixo da média, a safra 2023/24 se configura como um período de redenção para os produtores de cana, superando expectativas mesmo diante de condições climáticas adversas, danos causados por queimadas e elevação dos preços dos insumos devido a conflitos e guerras.
Os dados de janeiro revelam um cenário promissor, com a moagem atingindo um patamar recorde na região Centro-Sul, e a expectativa é de que esses números possam aumentar até o encerramento oficial da safra em março deste ano.
Na área de abrangência da Canaoeste, as estatísticas também são positivas, com uma produtividade estimada em 9% acima da safra anterior. É importante destacar que o volume de cana “bisada” é mínimo ou próximo de zero na região de Ribeirão Preto – SP, em comparação com outros estados e locais com menos unidades industriais.
Para a safra 2024/25, com início previsto para 1º de abril de 2024, a projeção sugere que a produtividade se mantenha próxima ao patamar alcançado na safra atual, indicando uma continuidade do desempenho elevado.
O planejamento é fundamental para garantir números robustos na próxima safra, após o recorde da safra atual. Investimentos na produção são cruciais para assegurar a estabilidade, especialmente considerando condições climáticas mais lineares esperadas, o que proporcionará uma estabilidade do setor produtivo.
Além disso, os preços mais favoráveis abrem oportunidades para investimentos necessários, permitindo que o setor se recupere de períodos desafiadores. O mercado de carbono, em particular o RenovaBio, também oferece oportunidades importantes, desde que assegurada a participação adequada na comercialização do CBIO, incluindo a parcela destinada ao fornecedor de cana.
Diante desse cenário, é fundamental um planejamento político para o setor, garantindo que a temporada continue sendo positiva. Como dizemos, o produtor precisa ter fé, pois ele depende de diversas variáveis, e uma safra com bons indicadores não exclui a importância do planejamento estratégico para garantir a continuidade do sucesso.
Almir Aparecido Torcato, Gestor Corporativo da Canaoeste