Excelência e dedicação ao associado!

  (16) 99710-6190      (16) 3511-3300        Rua Dr. Pio Dufles - 532 Sertãozinho | SP

Nova abordagem com óxidos refinados eleva produtividade da cana-soca em 24,5%, aponta estudo do IAC

A nutrição e correção de solos nos canaviais brasileiros ganha novo protagonismo com resultados expressivos apontados por um estudo do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Em parceria com a Caltec, empresa responsável pelo desenvolvimento do fertilizante Oxiflux, a pesquisa demonstrou que o uso de óxidos refinados de cálcio e magnésio na fase de cana-soca promoveu um aumento de 24,5% na produtividade, além de melhorias substanciais no sistema radicular e no retorno econômico por hectare.

Realizada no Centro de Cana-de-Açúcar de Jaú – SP, a pesquisa se concentrou na aplicação do Oxiflux, um ferticorretivo de alta solubilidade desenvolvido com a tecnologia Flux, que favorece a fluidez do produto e sua distribuição eficiente em campo. O experimento comparou o desempenho do produto em relação a outras formulações disponíveis no mercado — tanto granuladas quanto fareladas — e também com uma área controle, onde não houve adição de cálcio e magnésio.

O resultado foi contundente: a produtividade da cana-soca saltou de 99,7 t/ha na área sem aplicação para 124,5 t/ha com o uso do Oxiflux — um ganho absoluto de 24,5%, equivalente a 25 toneladas a mais por hectare. Em contraste, os outros produtos testados apresentaram ganhos muito mais modestos, entre 2,3% e 6,5%.

A condução do estudo ficou a cargo dos pesquisadores Rafaella Rossetto e João Paulo Nascimento, que destacaram a importância da escolha de insumos com maior reatividade e desempenho. “Há diversos experimentos demonstrando a vantagem dos óxidos refinados sobre o calcário, especialmente na soqueira, onde a incorporação ao solo não é possível. Os óxidos corrigem a acidez diretamente na superfície e ainda fornecem cálcio e magnésio com alta eficiência”, afirma Rossetto.

Segundo a pesquisadora, mesmo solos previamente corrigidos no preparo inicial continuam respondendo positivamente à aplicação dos óxidos refinados. “Há relatos consistentes na literatura mostrando ganhos significativos mesmo em áreas com pH adequado e níveis superficiais de cálcio já elevados. Isso reforça o valor agronômico da prática”, completa.

Outro ponto crítico abordado no estudo foi a dificuldade de penetração de fertilizantes comuns em canaviais com cobertura densa de palha. Neste cenário, o desempenho do Oxiflux se destaca por conta de sua granulometria ajustada e alta fluidez, fatores essenciais para que os nutrientes consigam atravessar a camada de resíduos vegetais e atingir diretamente o solo, evitando perdas e otimizando a absorção.

Eficiência além da produtividade: mais açúcar, mais raízes e mais resiliência

Os reflexos da aplicação de óxidos refinados não se limitaram ao volume colhido. A pesquisa também apontou um incremento de 2,4 toneladas de açúcar por hectare (TAH) em comparação ao melhor concorrente, o que representa um avanço de aproximadamente 15%.

Adicionalmente, as análises do sistema radicular revelaram um crescimento adicional de 15,2% até 60 cm de profundidade nas áreas tratadas com Oxiflux, quando comparadas à área controle. Esse resultado reforça o papel do cálcio e do magnésio na promoção de raízes mais profundas, o que aumenta a eficiência no uso da água e a tolerância do canavial a períodos de seca, favorecendo o desempenho em ambientes mais adversos.

“O cálcio é essencial para a divisão celular, enquanto o magnésio atua diretamente no transporte de carboidratos das folhas para as raízes”, explica Renato Foroni, especialista agronômico da Caltec. “Esse equilíbrio promove uma arquitetura radicular robusta, que confere maior resiliência ao canavial ao longo de diferentes ciclos produtivos.”

Retorno econômico, sustentabilidade e praticidade no campo

O estudo também ressaltou que a aplicação de óxidos refinados no segundo corte da soqueira, prática ainda pouco disseminada, pode representar um divisor de águas no manejo da cultura. Tradicionalmente, o cálcio e o magnésio são aplicados no preparo inicial do solo ou apenas no terceiro corte, o que reduz a longevidade do canavial e antecipa sua destinação para reforma. Foroni alerta: “Os custos de reforma podem ser até quatro vezes maiores do que os de manutenção. Por isso, repor os nutrientes desde o segundo corte é vital para manter a produtividade.”

Além dos ganhos agronômicos, a estratégia com óxidos refinados contribui para um manejo mais sustentável. O fortalecimento das raízes e da absorção de nutrientes promove maior fixação de carbono no solo, ajuda na retenção de matéria orgânica e reduz a dependência de insumos químicos, o que alinha a prática com os princípios da agricultura regenerativa.

Do ponto de vista financeiro, os resultados também são promissores: as doses recomendadas são baixas, o que reduz o custo por hectare. E como o produto pode substituir o calcário em certas condições, produtores ainda podem se beneficiar com a geração de CBIOs (Créditos de Descarbonização) via RenovaBio — programa que remunera boas práticas ambientais. Em alguns casos, o ganho com CBIOs cobre integralmente o custo da aplicação.

A aplicação também é simples: com alto escoamento, o produto pode ser distribuído com diversos tipos de equipamento agrícola, inclusive em áreas com colheita mecanizada e elevada presença de palhada. Isso garante uma operação eficiente e homogênea, mesmo em cenários de alta complexidade operacional.

Uma solução completa para a cana-soca

Para Foroni, os dados do IAC demonstram de forma inequívoca que os óxidos refinados têm potencial para transformar o manejo da cana-soca. “Trata-se de uma tecnologia que entrega produtividade, reduz perdas, melhora o sistema radicular e ainda oferece ganhos ambientais e financeiros. O Oxiflux representa um avanço prático, acessível e altamente eficiente para o setor”, conclui.

Compartilhe este artigo:

LinkedIn
Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *