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Brasil reforça combate à contaminação por metanol com ações integradas entre SUS e forças de segurança

Ministério da Saúde amplia estoques de antídotos enquanto operação em São Paulo desarticula fábrica clandestina responsável por bebidas adulteradas

O governo federal e as autoridades estaduais intensificaram, nesta semana, as ações de combate à contaminação por metanol, após o aumento de casos de intoxicação registrados no país. Enquanto o Ministério da Saúde reforçou os estoques do Sistema Único de Saúde (SUS) com a chegada de 11,5 mil frascos de etanol farmacêutico para o tratamento emergencial de vítimas, uma operação de inteligência da força-tarefa do Governo de São Paulo desmantelou uma fábrica clandestina de bebidas adulteradas em São Bernardo do Campo, identificada como uma das origens da crise.

A doação de etanol farmacêutico, feita pela Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos, garante o abastecimento de todos os 26 estados e o Distrito Federal com o antídoto usado no tratamento de intoxicações por metanol. A distribuição de 10,3 mil unidades começou na terça-feira (14), e outras 408 ficarão em estoque estratégico do Ministério.

A produção dos frascos — em formato de 30 ml, superiores às tradicionais ampolas de 10 ml — foi autorizada e fiscalizada pela Anvisa. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o reforço amplia a capacidade de resposta do SUS.

“Essa doação garante atendimento rápido e seguro a todos os estados. Seguimos agindo com base na ciência e nas orientações médicas especializadas”, afirmou.

O ministério também recebeu 36 ampolas do antídoto fomepizol, doadas pelo governo de Portugal, e realizou a compra emergencial de 2,5 mil unidades adicionais do medicamento com uma farmacêutica japonesa, em negociação intermediada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Ao todo, o estoque estratégico do SUS conta agora com mais de mil frascos de fomepizol, além das novas remessas de etanol farmacêutico.

Força-tarefa paulista desmantela rede de falsificação

Paralelamente, o Governo de São Paulo anunciou na última sexta-feira (10) o fechamento de uma fábrica clandestina de bebidas que utilizava etanol adulterado com metanol na produção de destilados. A operação foi conduzida pela Polícia Civil, com apoio das secretarias da Saúde, Segurança Pública, Justiça e Fazenda, no âmbito do gabinete de crise criado no fim de setembro.

De acordo com as investigações, o falsificador comprava etanol em um posto de combustível que também comercializava produto contaminado. Das 300 garrafas analisadas, metade apresentou índices de metanol entre 14,6% e 45,1% — níveis altamente tóxicos e letais.

“Essa concentração é extremamente perigosa. Acreditamos que os casos graves de intoxicação estão ligados a esse mesmo lote contaminado”, afirmou o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite.

Uma mulher foi presa em flagrante e outros oito suspeitos foram levados para depor. O marido da principal suspeita, já condenado por falsificação, segue foragido. A polícia também investiga a cadeia de fornecimento e os postos envolvidos na venda do etanol adulterado.

“O trabalho de investigação revelou a conexão entre a fábrica clandestina, uma distribuidora não autorizada e o posto de combustível. Agora, nossa prioridade é interromper toda essa rede criminosa”, acrescentou Derrite.

Crise e medidas emergenciais

Até esta segunda-feira (13), o Ministério da Saúde havia registrado 213 notificações de intoxicação por metanol, com 32 casos confirmados e 14 mortes (5 confirmadas e 9 em investigação). O estado de São Paulo concentra a maioria das ocorrências, seguido por Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul.

Com o reforço do estoque nacional de antídotos e a intensificação das ações policiais, o governo busca conter a escalada da crise sanitária.

“Estamos integrando esforços federais e estaduais para garantir que nenhum paciente fique sem tratamento e que os responsáveis pela adulteração sejam punidos”, destacou Padilha.

As medidas conjuntas marcam uma resposta coordenada de saúde pública e segurança em meio à pior onda de intoxicações por metanol já registrada no país, reforçando a vigilância sanitária e o controle do comércio irregular de bebidas e combustíveis.

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