Canaoeste apresenta polo de mudas de variedades
A ação foi realizada próximo a Usina Bela Vista em Pontal – SP
A Associação dos Plantadores de Cana da Região Oeste de São Paulo (Canaoeste) promoveu na quinta-feira (14), nas proximidades da Usina Bela Vista em Pontal – SP, um Dia de Campo, para a apresentação de seu novo projeto de implantação de polos de mudas de variedades, voltado para o atendimento dos associados da entidade.
De acordo com Alessandra Durigan, gestora técnica e Engenheira Agrônoma da Canaoeste, o projeto consiste na implantação de quatro polos de produção de mudas varietais. “Os polos foram instalados em áreas de abrangência da Canaoeste: Pontal, Morro Agudo, Severínia e em Ituverava. Nessas áreas, de aproximadamente cinco hectares, é feita a instalação e o plantio de um grupo de variedades que serão disponibilizadas para os pequenos produtores associados, a um custo competitivo. “Nós buscamos implantar variedades modernas, mais produtivas e que vão fazer um diferencial no canavial”, explicou Alessandra.
A escolha das variedades disponibilizadas em cada polo, seguiram o critério do que se adequa melhor a cada região, explicou a agrônoma da Canaoeste, Daniela Aragão Bacil. “Aqui na região existe uma principal característica dos produtores entregarem a cana no meio de safra. Então, a intenção é trazer materiais que atendem o produtor, materiais modernos, que são de altas produtividades até o momento” disse, informando que por este motivo, as variedades disponíveis serão diferentes em cada polo.
No polo Pontal, por exemplo, serão disponibilizadas as variedades IACSP01-5503, RB127825, IACCT07-8008 e RB975033. Daniela elencou algumas das características dessas variedades:
A IACSP01-5503 é uma variedade que tem crescido muito na região. É um material que atende todos os perfis de solo, material rústico e responsivo, ela vai bem também nos solos bons, intermediários a ruins e tem longevidade, perfilhamento. É um material que tem uma brotação inicial rápida.
A RB127825 é uma variedade lançada esse ano pela Ridesa, e tem um perfilhamento muito bom, com velocidade de crescimento e um TCH excelente. Os materiais apresentados são eretos, próprios para a colheita mecanizada. É indicada também para ambientes restritivos, para meio e fim de safra.
A IACCTC07-8008 tem características da CTC4. Tem um visual muito bonito, é uma cana que fecha muito rápido. Em período de umidade e temperatura, a variedade tem uma velocidade de crescimento gigantesca, é muito responsiva.
A RB975033 é um material para ambientes intermediários e indicada para começo de safra. É um material que perfilha bastante, é rústica, tem um bom teor de sacarose, é uma variedade que sendo muito usado e que está surpreendendo.
Marcio Bidoia, agrônomo do IAC, comentou sobre o censo varietal realizado pelo instituto na região com relação à intenção de plantio. Segundo ele, a 5503 é uma variedade que desponta como a que tem maior intenção de plantio. “Em quarto lugar aparece a 5094, e temos também a 7207, um material que lançamos em setembro de 2022 e tem sido uma grande surpresa, já aparecendo em sétimo lugar na intenção de plantio. Temos também a 8008, que veio de Goiás e tem crescido bastante”, informou.
Na ocasião, o agrônomo André Bosch Volpe, também falou sobre a CanaoesteBio Tecnologia Sustentável, que irá ofertar aos cerca de 2 mil produtores associados, a um preço mais acessível, o insumo biológico para a pulverização de suas lavouras.
O gestor da biofábrica explicou que a unidade produzirá inicialmente dois bioinsumos, o CanaBoveBio e o CanaMetaBio baseados respectivamente no Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, em parceria com o Instituto Biológico, que fornecerá as cepas. Os produtos são indicados para combater a cigarrinha das raízes (Mahanarva fimbriolata) e o bicudo da cana (Sphenophorus levis), pragas que causam muito danos ao canavial.
Volpe ressaltou que a toda a produção da biofábrica será destinada para o fornecimento exclusivo dos associados da Canaoeste e que estão em fase de registro dos produtos.
Almir Torcato, gestor da Canaoeste, lembra que tanto o projeto da Biofábrica, como o polo de muda tende a trazer um ganho de oportunidade coletiva, na condição econômica, no sentido do custo de produção. “O nosso produto vai chegar com um custo de produção menor para os associados. Obviamente que isto, frente ao mercado, vai ser vantajoso para o associado, mas não é estratégia da Canaoeste, competir comercialmente com qualquer outra empresa, ou instituição, é apenas uma oportunidade que o produtor associado à Canaoeste terá, para que através de nós consiga reduzir seu custo de produção, garantindo assim maior sustentabilidade do negócio”, disse.
O produtor Marco Roberto Guidi, da Fazenda Santa Rita, local onde foi instalado o polo, destaca a importância da redução de custos na logística de busca de novas variedades. “Eles estão trazendo aqui o que tem de mais novo em tecnologia de cana. Então está dando para a gente a chance de ter um canavial mais moderno”, afirmou.
O dia de campo com a apresentação dos polos de mudas, agradou não apenas aos produtores, mas também aos representantes das usinas, que são abastecidas por fornecedores da região, como é o caso de Silvio Rogério M. Basse, da Usina Carolo. “É uma excelente oportunidade para os produtores da região, diminui essa questão de logística, impacta bastante na questão do plantio, sendo importante para reduzir custos. Além de trazer essas variedades que são mais direcionadas para a região”, destacou.