Excelência e dedicação ao associado!

  (16) 99710-6190      (16) 3511-3300        Rua Dr. Pio Dufles - 532 Sertãozinho | SP

Desempenho das exportações do agronegócio em 2024: resultados, desafios e perspectivas

Queda nas vendas externas reflete condições climáticas adversas e dinâmica do mercado global, mas cenário para 2025 aponta para recuperação
 O agronegócio brasileiro, pilar do comércio exterior, apresentou recuo nas exportações em 2024, marcando a primeira redução desde 2019. Segundo análise do Insper Agro Global, com base em dados da Secex, as exportações do setor somaram US$ 164,4 bilhões, 1,3% abaixo do valor registrado em 2023. Esse declínio foi atribuído à queda na produção de grãos e à redução dos preços internacionais de commodities, mas não compromete a trajetória de crescimento médio anual de 9,2% desde 2000 e 13% desde 2020.

Setor de grãos enfrenta retração, mas carnes e outros produtos compensam

A menor produção de grãos no ciclo 2023/24, 6,7% abaixo da temporada anterior, foi um dos fatores que afetaram as exportações. Complexos como soja e milho registraram quedas expressivas de 19,8% e 40,2%, respectivamente. O atraso na regularização das chuvas durante o plantio e o aumento da produção nos Estados Unidos e na Argentina pressionaram os preços internacionais, contribuindo para o resultado negativo.

No entanto, outros segmentos do agronegócio apresentaram desempenho robusto. As exportações de carnes atingiram um recorde nominal de US$ 26,2 bilhões, um crescimento de 11,4% em relação ao ano anterior. A carne bovina foi o destaque, com aumento de 21,7%, sustentado por preços firmes e recordes de embarques no segundo semestre. Carnes de frango e suína também registraram alta, de 1,3% e 7,4%, respectivamente.

Produtos como açúcar-etanol (+13,3%), algodão (+62,4%), tabaco (+9,1%) e suco de laranja (+33,6%) também mostraram forte expansão. A safra recorde de algodão, de 3,7 milhões de toneladas, e os preços elevados de açúcar e suco de laranja foram fatores decisivos para esses resultados.

Mercados internacionais: China perde espaço enquanto outras regiões crescem

O principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, a China, reduziu suas compras em 16,9%, passando de 38% para 31% de participação no total exportado. Essa queda foi motivada pela redução das importações de soja e milho.

Por outro lado, países asiáticos vizinhos ampliaram suas compras em 3,5%, consolidando-se como o segundo maior mercado do setor. Regiões como Oriente Médio e Norte da África (+25,6%) e América do Norte (+22,6%) também tiveram aumentos expressivos, com destaque para açúcar, carnes e produtos florestais.

Importações do setor: fertilizantes em queda, insumos em alta

Enquanto as exportações caíram, as importações de produtos e insumos do agronegócio subiram 5,5%, alcançando US$ 42,8 bilhões. O segmento de fertilizantes, que representa cerca de 30% do total importado, caiu 9% em relação ao ano anterior. Por outro lado, produtos como saúde animal (+18,5%), óleos vegetais (+24,9%) e trigo (+26,9%) apresentaram altas significativas.

Perspectivas para 2025: produção em alta e desafios geopolíticos

Para 2025, as expectativas são de recuperação. A Conab projeta uma safra de grãos de 322 milhões de toneladas, 24 milhões acima de 2024. Esse aumento deve impulsionar as exportações, mesmo com preços ainda abaixo dos níveis de 2020-2022.

O cenário para carnes aponta fortalecimento das exportações de frango e suíno, mas a produção de carne bovina pode sofrer retração após o elevado abate de fêmeas em 2024. A desvalorização cambial tende a tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado externo, embora encareça os insumos importados, reduzindo as margens dos produtores.

Entretanto, o setor enfrenta incertezas geopolíticas. A posse de Donald Trump nos Estados Unidos e a promessa de tarifas comerciais podem desencadear uma guerra comercial, afetando o crescimento global e a demanda por produtos agrícolas. Além disso, a investigação chinesa sobre importações de carne bovina representa um risco direto para o Brasil, que forneceu quase metade da carne bovina importada pela China em 2024.

Compartilhe este artigo:

LinkedIn
Facebook
Twitter
WhatsApp
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *