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Mercado de açúcar encerra 2025 entre narrativas prolongadas e reencontro com os fundamentos

Consultoria avalia que excesso de posições vendidas e leitura tardia do mercado físico marcaram o ano

O mercado futuro de açúcar chega ao fim de 2025 carregando um contraste que se repetiu ao longo de todo o ano. De um lado, narrativas confortáveis sustentadas por meses. De outro, a realidade física da oferta e da demanda, que aos poucos voltou a se impor. Segundo a Archer Consulting, o mercado permaneceu excessivamente ancorado em expectativas, mesmo diante de sinais crescentes de desalinhamento com os fundamentos.

Na última sexta-feira (19), o contrato março 2026 em Nova York encerrou cotado a 14,85 centavos de dólar por libra-peso, queda de 25 pontos em relação à semana anterior. De acordo com a consultoria, dados da CFTC, com base em 9 de dezembro, mostram que os fundos mantinham posição vendida elevada, de 192.449 lotes. Ainda assim, nas últimas cinco semanas, a recompra somou apenas 3.668 lotes, movimento suficiente para sustentar uma alta modesta de cerca de 30 pontos no período.

Para Arnaldo Luiz Corrêa, diretor da Archer Consulting, o mercado segue fortemente vendido, mas carece de um gatilho claro para reverter uma trajetória que considera excessivamente baixista. Na avaliação do analista, a dinâmica recente revela mais hesitação do que convicção por parte dos agentes financeiros, mesmo diante de preços já bastante comprimidos.

Sinais trocados e pressão cambial ajudam a explicar o ano

A leitura da Archer Consulting destaca ainda semanas recentes de sinais contraditórios. Na semana de 25 de novembro, os preços subiram mesmo com aumento das posições vendidas dos fundos, movimento que, segundo a consultoria, pode indicar atuação de compradores industriais ou fixações oportunistas em níveis considerados baixos. Já na semana de 9 de dezembro, a recompra de 4.008 lotes coincidiu com queda de 31 pontos nos preços, sugerindo a entrada de vendas atrasadas, possivelmente de usinas, em um momento de maior resignação do mercado.

Entre os fatores que dificultaram uma recuperação mais consistente ao longo do ano, a consultoria aponta a fraqueza do real. A moeda brasileira foi pressionada tanto por remessas de dividendos de multinacionais quanto por incertezas políticas no horizonte eleitoral, o que acabou estimulando fixações e ampliando a pressão vendedora no mercado internacional.

Segundo a Archer Consulting, 2025 começou sob uma combinação de cautela e falsa tranquilidade. A expectativa de uma grande safra brasileira e projeções otimistas vindas da Índia ajudaram a sustentar o consenso. Mesmo quando surgiram sinais de estresse no campo, como ATR abaixo do esperado, desenvolvimento irregular da cana e clima errático, esses fatores foram tratados como ruído estatístico.

Na avaliação da consultoria, os fundos especulativos cumpriram o papel clássico de amplificar movimentos, aprofundando a desconexão entre preços e fundamentos. No segundo semestre, o pessimismo deixou de ser pontual e se tornou estrutural, com setembro marcando não apenas um fundo técnico, mas também psicológico. A partir de outubro, porém, os fundamentos começaram a se impor de forma mais clara, com spreads sinalizando desconforto e a curva futura sugerindo uma leitura diferente do mercado à vista.

Na análise técnica, a Archer Consulting observa que o contrato março 2026 voltou a falhar na tentativa de romper a barreira dos 15 centavos de dólar por libra-peso e encerrou próximo às médias móveis de 9, 14 e 50 dias. Um rompimento para cima pode abrir espaço para resistências em 15,77 e 16,88 centavos, enquanto, no sentido oposto, o principal suporte segue sendo a mínima registrada em 6 de novembro, em 14,04 centavos por libra-peso.

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