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Novas técnicas de plantio são destaque em pesquisa nacional

No nono ano consecutivo de levantamento, o consultor Rubens Braga, da RBJ Consultoria, apresentou os resultados de sua pesquisa sobre as novas técnicas de plantio no Brasil, na 1ª reunião de 2025 do Grupo Fitotécnico, realizada nesta terça-feira (25), no Centro de Cana IAC, em Ribeirão Preto – SP.

O estudo, que envolveu 203 empresas do setor sucroenergético cobrindo 964 mil hectares de 16 estados, revelou importantes tendências e desafios enfrentados pelos produtores. “Considerando que 177 empresas mandaram a informação para os anos 2024 e 2025 é esperado um crescimento de 3,9%  na área de plantio”, disse.

Uma das principais preocupações levantadas foi o aumento expressivo nos custos de plantio. Em apenas seis anos, houve um crescimento de 84%, quase o dobro da inflação do período (44%). O dado reforça a necessidade de maior eficiência nos processos para garantir a sustentabilidade econômica do setor.

Custo de plantio avança, e produtores chegam a gastar R$ 18 mil formar um único hectare
 
Na última terça-feira (25), o Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar realizou sua primeira reunião de 2025. Um dos destaques da programação foi a divulgação da pesquisa “novas técnicas de plantio”, coordenada pelo consultor e pesquisador Rubens Braga Júnior.

O estudo levantou informações de 203 unidades distribuídas em 16 estados brasileiros, totalizando 964 mil hectares amostrados em áreas de renovação. O objetivo foi mapear as novas práticas de manejo (mecanização, adubação, irrigação, matologia, florescimento, Meiosi, Cantosi, MPB e outras) que serão utilizadas pelos produtores de cana-de-açúcar este ano.

Uma das informações divulgadas foi o crescimento exponencial dos custos de plantio nos últimos anos. Dados do Pecege apresentados durante o evento mostraram que o preço de formação de canaviais cresceu 83,7% entre as safras 2018/19 e 2024/25, valor quase duas vezes maior do que o aumento da inflação no mesmo período: 44,5%.

Segundo os dados, produtores e usinas do Centro-Sul gastaram cerca de R$ 18 mil para formar um único hectare de canavial na safra atual. No ciclo 2018/19, esse valor foi de, aproximadamente, R$ 10 mil. Para Rubens Braga, dados como esses reforçam a necessidade de maior eficiência nos processos para garantir a sustentabilidade econômica do setor.

Com relação a moagem, a pesquisa levantou informações de 467 milhões de toneladas de cana, sendo que 31,2% desse volume vem de fornecedores. A origem das mudas 58,5% são de canavial de 1º corte; 26,4% canavial de 2º ou mais cortes; 3,5% colmos de viveiros, com tratamento térmico; 7,9% colmos e viveiros, sem tratamento térmico e 3,7% de MPB. Além disso, o estudo mostrou que 68,7% do plantio ocorrerá entre janeiro/2025 e abril/2025; 20,6% será feito entre maio/2025 agosto/2025. Os outros 10,8% ocorrerão entre setembro/2025 e dezembro/2025.

A cultura intercalar em 2025 mais utilizada será a soja, com 28,0%, adubo verde (guandu, crotalária, mucuna, gramíneas, crucíferas, milheto, braquiária) representa 15,3%. Os outros 9,5% têm um mix de plantas de cobertura; 5,8% plantam amendoim e outros 1,8% outras grandes culturas, como milho, sorgo, etc. A maior parte da área, 39,5%, não tem outra cultura.

Mecanização avançada

A mecanização tem crescido consideravelmente nos últimos anos, com 75% das empresas utilizando métodos modernos de plantio. A principal motivação para essa mudança é a escassez de mão de obra, citada por 60% dos entrevistados. Além disso, a previsibilidade e o avanço nas tecnologias das plantadoras têm incentivado a mecanização.

Nutrição e adubação

A pesquisa também destacou que 66% das empresas já adotam a adubação verde, cobrindo 38% da área plantada. A nutrição foliar também tem ganhado espaço, sendo utilizada por 97% das empresas, cobrindo 81% da área total de plantio.

Assim, em 23,5% da área usa adubação usando resíduo “in natura”; 29,4% adubação com composto; 7,2% vinhaça enriquecida com NP; 37,7% adubação mineral NPK e 2,2% não usa adubação.

Soja segue como a cultura intercalar preferida do setor

Com 28% de participação, a soja segue como a cultura intercalar preferida do setor bioenergético nacional. A informação faz parte de uma pesquisa conduzida pelo consultor e pesquisador, Rubens Braga Júnior, divulgada na última terça-feira (25) durante a primeira reunião do Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar de 2025. O estudo levantou informações de 203 unidades produtoras, distribuídas em 16 estados brasileiros, totalizando 964 mil hectares amostrados em áreas de renovação.

Os adubos verdes solteiros, como guandu, crotalária, mucuna, gramíneas, crucíferas, milheto e braquiária, aparecem na segunda colocação, com 15,3% de utilização. Completam o ranking o mix de plantas de cobertura (9,5%), o amendoim (5,8%) e outras grandes culturas, como milho e sorgo (1,8%). A pesquisa também revelou que 39,5% das áreas de renovação não são cultivadas com nenhuma cultura intercalar.

Irrigação: crescimento lento, mas progressivo

A irrigação ainda é um desafio para o setor. Cerca de 70% das empresas não irrigam suas lavouras, com o custo elevado e a distância das fontes de água apontados como principais barreiras. Apesar disso, a irrigação tem apresentado um crescimento gradual, reduzindo de 78% para 70% a área sem irrigação nos últimos três anos.

A pesquisa mostrou que 50,1% são usados irrigação de salvamento; 24,6% irrigação/fertirrigação plena; 23,1% irrigação/fertirrigação deficitária e 2,2% pegamento de mudas, cantosi e meiosi.

Infestação por plantas daninhas e controle

A presença de plantas daninhas continua sendo um dos desafios enfrentados pelos produtores. O complexo de capins (colonião, colchão e braquiária) lidera a lista dos problemas mais frequentes (38%), seguido pelas folhas largas (21%), grama-seda (11%) e capim-camalote (5,7%).

Complexo de capins lidera ranking de plantas daninhas mais infestantes em 2025

Um simples descuido com a matocompetição pode levar a grandes perdas de produção. A infestação de plantas daninhas nos canaviais segue como um dos principais fatores redutores de produtividade agrícola da cultura, exigindo um manejo adequado para não comprometer a rentabilidade da lavoura.

Dentre as principais espécies, destacam-se o complexo de capins (colonião, colchão e braquiária), presentes em 37,7% dos canaviais. Em seguida, aparecem o complexo de folhas largas (20,6%), grama-seda (11,2%) e capim-camalote (5,7%). Os dados são da pesquisa “novas técnicas de plantio”, coordenada pelo consultor e pesquisador Rubens Braga Júnior e que levantou informações de 203 unidades distribuídas em 16 estados brasileiros, totalizando 964 mil hectares amostrados em áreas de renovação.

O estudo também buscou entender as modalidades de manejo para inibição de florescimento e maturação mais utilizadas pelos produtores. O ranking final ficou assim: 25,4% utilizam apenas maturador; 20,1% usam maturador + nutricional; 10,5% aplicam inibidores de florescimento; 7,1% apostam no uso de pré-maturadores (nutricional); 5,0% utilizam inibidores de florescimento + nutricional e 31,8% não fazem uso de nenhuma ferramenta.

O manejo para inibição de florescimento e maturação em 2025 ficou assim registrado: 25,4% usa maturador; 20,1% usa maturador + nutricional; 10,5% aplica inibidor florescimento; 7,1% pré-maturador (nutricional); 5,0% inibidor florescimento + nutricional e 31,8% não faz nenhum uso.

Técnicas tradicionais em queda

Metodologias tradicionais como a meiose e o cantosi têm perdido espaço devido à falta de mão de obra especializada. O plantio convencional tem ganhado força, refletindo a tendência de modernização do setor.

A pesquisa apontou ainda que 141 empresas responderam que irão plantar MPBs em 2025, sendo que 136.426.732 MPB serão usadas, representando, em média, 967 mil MPBs por empresa.

Após boom, uso de MPB cai drasticamente pelo setor
 
O ano era 2019, e a porcentagem de empresas do setor bioenergético que utilizava Mudas Pré-Brotadas (MPBs) de cana-de-açúcar em seu processo era de 92%. Desde então, esse número vem caindo gradativamente, chegando a 69,5% este ano. As informações são da pesquisa “novas técnicas de plantio”, divulgada na última semana durante reunião do Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar.

Segundo o coordenador da pesquisa, Rubens Braga Júnior, as MPBs continuam sendo bastante utilizadas pelas empresas do setor, especialmente por aquelas que desejam renovar seus planteis mais rapidamente e que buscam a formação de canaviais com maior sanidade.

No entanto, a necessidade de irrigação e a falta de mão de obra estariam causando um enfraquecimento no uso dessa ferramenta. Problemas na multiplicação por falta de mudas, crescimento da infestação por Sphenophorus levis e dificuldades no acesso também estariam entre os catalisadores desses números.

“Um menor uso de MPB também acaba impactando negativamente a utilização de determinadas modalidades de plantio e, consequentemente, a qualidade dos novos canaviais. A Meiosi, por exemplo, registrou forte retração nos últimos anos: de 27,8% em 2020 para 8,7% em 2025. A Cantosi também apresentou queda: de 11,9% no ano passado para 7% este ano. O replantio com MPB é outra prática em queda livre. Em 2018, o número de empresas que utilizava essa modalidade era de 38,6%. Ano passado, a porcentagem foi de apenas 11,5%”, relata Braga Júnior.

Para o consultor, outro dado preocupante é o fato de que quase 90% das mudas utilizadas para o plantio dessa safra vieram de áreas comerciais, mostrando que o setor estaria abandonando a prática de viveiros, essenciais para a formação de canaviais de alto desempenho. “Este ano, as MPBs originaram menos de 4% das mudas para plantio. Em 2018, esse número era de quase 10%.”

A pesquisa também revelou que as regiões que mais utilizam MPBs proporcionalmente são Jaú e Ribeirão Preto, ambas no estado de São Paulo, e o Mato Grosso do Sul. Já Minas Gerais e as regiões paulistas de Araçatuba e São José do Rio Preto ocupam as últimas posições desse ranking.

Com informações de 203 unidades distribuídas em 16 estados brasileiros, totalizando 964 mil hectares amostrados em áreas de renovação, a pesquisa apontou que 141 empresas devem plantar MPBs em 2025, sendo que 37,9% produzirão suas próprias mudas. Esse, aliás, é outro indicador que vem registrando queda. Em 2020, a porcentagem de companhias bioenergéticas que possuía produção própria era de quase 60%.

Por fim, o estudou mostrou que as variedades mais utilizadas para o plantio com MPB este ano serão: RB075322, RB127825, CTC9008, IACCTC07-7207 e CTC3445. Para 2026, a lista das preferidas sofre algumas alterações: RB127825, RB055464, BR075322, CTC3445 e IACCTC07-7207.

Setor abandona viveiros e volta a utilizar mudas de canaviais comerciais

Dados da pesquisa “Novas Técnicas de Plantio”, divulgada nesta terça-feira (25) durante a primeira reunião do Grupo Fitotécnico de Cana-de-Açúcar de 2025, mostraram que o setor vem gradativamente abandonando o uso de viveiros, dando preferência para a utilização de mudas provenientes de áreas comerciais.

Para o consultor e coordenador da pesquisa, Rubens Braga Júnior, esse fato é preocupante, pois mostra que produtores e usinas estariam deixando de lado práticas consideradas essenciais para a formação de canaviais de alto desempenho. “Formar viveiros é importantíssimo. É a base de tudo. Se não começarmos com uma cana de bom nível, iremos arrastar esse problema por, no mínimo, cinco anos.”

Com informações de 203 unidades produtoras, distribuídas em 16 estados brasileiros, totalizando 964 mil hectares amostrados em áreas de renovação, a pesquisa revelou que 84,9% das mudas utilizadas no plantio desta safra foram provenientes de canaviais de primeiro (52,5%) e segundo/mais cortes (26,4%). Apenas 11,4% tiveram como os viveiros como origem. “Estamos caminhando no sentido inverso. Já tivemos uma proporção bem maior de viveiros, mas desde 2018 temos observado uma queda vertiginosa”, relata o pesquisador.

Os dados apresentados por Rubens Braga reforçam a necessidade de planejamento e inovação no setor sucroenergético. A mecanização, o manejo adequado de mudas e a ampliação da irrigação são algumas das estratégias essenciais para garantir maior produtividade e redução de custos a longo prazo. De acordo com o consultor, o estudo seguirá sendo ampliado nos próximos anos para acompanhar a evolução do setor e auxiliar produtores na tomada de decisão.

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