O campo como protagonista do carbono verde
O debate sobre emissões de gases de efeito estufa (GEE) deixou de ser tema restrito à diplomacia internacional e hoje é parte da agenda econômica. A criação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) reforça essa tendência: quem polui paga, quem preserva recebe.
Para muitos setores, reduzir emissões ainda é visto como custo. Mas, para o sucroenergético, que já produz bioenergia de baixo carbono e participa ativamente do mercado de CBIOs, trata-se de oportunidade. O futuro será de quem souber transformar carbono em valor.
O CanaoesteGreen é um exemplo concreto dessa visão. Criado inicialmente como uma ação simbólica, o programa já se consolidou como um instrumento de engajamento real. Seu propósito é claro: neutralizar as emissões de CO₂ geradas durante a Fenasucro & Agrocana por meio da preservação de áreas verdes mantidas por nossos produtores associados.
Na prática, isso significa que os expositores da feira recebem um inventário detalhado das emissões previstas em suas operações – transporte, consumo de energia, materiais utilizados – e, a partir daí, podem compensar esse impacto por meio de áreas preservadas em propriedades de produtores rurais da região. É a aplicação prática do mercado voluntário de carbono, valorizando quem conserva e responsabilizando quem emite.
Mais do que números, o programa é um reconhecimento: o produtor rural é um agente ambiental. Ele não apenas produz alimento e energia, mas também preserva florestas, protege nascentes e garante serviços ecossistêmicos que beneficiam toda a sociedade.
A sustentabilidade começa no campo
Com o Canaoeste Green, mostramos que a sustentabilidade começa no campo. O que antes parecia apenas obrigação legal se revela como um ativo ambiental estratégico. Cada hectare preservado é uma contribuição direta para o equilíbrio climático, para a segurança hídrica e para o futuro das próximas gerações.
Essa postura está no DNA da Canaoeste, certificada pela Bonsucro, padrão internacional que atesta boas práticas trabalhistas, sociais e ambientais. É uma forma de dar transparência e credibilidade ao trabalho desenvolvido junto aos produtores.
Ao conectar o debate global sobre carbono com iniciativas locais, provamos que o Brasil – e, em especial, o setor sucroenergético – não apenas participa, mas lidera a transição para uma economia de baixo carbono.
O mercado de carbono se apresenta como uma grande oportunidade. A cada crédito gerado, a cada área preservada, a cada emissão compensada, reforçamos o papel estratégico do produtor rural no futuro do planeta.
O futuro é verde, e o campo é protagonista dessa transformação.
Almir Torcato, Gestor Executivo da Canaoeste – Associação dos Plantadores de Cana da Região Oeste do Estado de São Paulo
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