Muvuca de sementes: uma nova técnica de plantio
Manejo busca garantir maior riqueza de espécies aos projetos de regeneração
A maior inovação apresentada no workshop sobre Recuperação de Vegetação Nativa foi o sistema de semeadura direta denominado “Muvuca de Sementes”, desenvolvido e apresentado pelo engenheiro florestal Paolo Sartorelli. O conceito do manejo consiste na mistura de sementes florestais, agrícolas, adubação verde com um material de preenchimento para homogeneização (areia, terra, serragem, entre outros).
O primeiro passo do processo consiste no diagnóstico ambiental do local para, em seguida, ser feita a encomenda das sementes.
Em paralelo com o processo de mistura, é realizado o preparo de solo do local e executado o plantio (que pode ser feito de diversas maneiras). Depois, é só esperar o nascimento e monitorar as eventuais falhas.
O plantio pode ser executado tanto manual, através do coveamento ou a lanço, como mecanizado, podendo se adaptar a diversos tipos de implementos como semeadoras, aplicadores de corretivos e plantadora de grãos.
Segundo Sartorelli, o manejo possui vantagens nítidas, se comparado com os métodos de plantio convencionais, dentro dos três pilares que formam o conceito de sustentabilidade.
Dentre os destaques ambientais estão os seguintes fatores: uso de sementes nativas regionais, maior sobrevivência de planta por área, presença dos indivíduos mais fortes no ambiente, riqueza de espécies, entre outros.
Sob o aspecto social, o engenheiro enumera a estimulação para a criação de redes de coletores de sementes, o que envolve a população local e geração de trabalho e renda como a principal vantagem.
Quando os olhos se voltam para o financeiro, as principais características do manejo são o seu custo até 60% menor em relação ao plantio de mudas, não necessitar de maquinário e a dispensa de replantio, adubação e irrigação.
Sartorelli apresentou números pomposos nos trabalhos que executou. Contudo, para a realidade paulista ainda será necessário um pouco de entendimento, principalmente em casos de regeneração pós-fogo, onde o tempo dado praticamente obriga o produtor a recorrer ao plantio de mudas.
Escrito por: Marino Guerra
Fotos: Rodrigo Moisés
Fonte: Revista Canavieiros