A recuperação do solo após os incêndios é um desafio significativo para retomada da produtividade

Os incêndios recentes que devastaram vastas áreas de canaviais no oeste paulista trouxeram sérios prejuízos ao solo e à produção de cana-de-açúcar. Além de destruir lavouras inteiras, as chamas comprometeram significativamente a fertilidade e a estrutura do solo, fatores cruciais para o rendimento da atividade agrícola.

Segundo Alessandra Durigan, gestora técnica e engenheira agrônoma da Canaoeste, um dos principais efeitos das queimadas é a perda de nutrientes e matéria orgânica, que são fundamentais para manter a fertilidade e estrutura do solo.

“A redução da matéria orgânica e da cobertura vegetal afeta a capacidade do solo de reter água, tornando-o mais vulnerável à erosão e compactação. Além disso, o fogo impacta a biodiversidade do solo ao eliminar fauna e flora essenciais, como microrganismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica e pela ciclagem de nutrientes”, explica.

Os efeitos desses incêndios podem ser duradouros, exigindo um esforço prolongado e coordenado para a recuperação dos solos, retomada de produtividade e da sustentabilidade da produção agrícola.

Embora os desafios sejam grandes, Alessandra afirma que existem estratégias eficazes para minimizar os danos, promover a recuperação do solo e garantir boas produtividades. Entre as principais práticas recomendadas estão:

Adubação orgânica: a aplicação de adubos orgânicos pode ajudar a repor os nutrientes e a matéria orgânica perdidos com as queimadas, contribuindo para a restauração da fertilidade e estrutura do solo.

Controle de pragas, doenças e plantas daninhas: pragas, doenças e ervas daninhas causam sérios prejuízos a cultura da cana-de-açúcar. O manejo adequado é muito importante para o não comprometimento da produtividade agrícola e qualidade da matéria prima.

Uso de produtos biológicos: a utilização de bio-estimulantes, e bioinseticidas podem trazer diversos benefícios para as plantas e para o solo. Estes produtos biológicos podem atuar isoladamente ou de forma complementar aos fertilizantes e defensivos químicos e são importantes porque potencializam os processos naturais, como a resistência a seca e estresse, além de reduzir a dependência de insumos químicos.

Rotação de culturas: essa prática pode contribuir para melhorar a conservação e fertilidade do solo, além de ser eficiente para o controle de pragas, doenças e daninhas. Diferentes culturas auxiliam na recuperação do equilíbrio natural do solo, beneficiando a produção a longo prazo.

Para garantir o sucesso dessas estratégias, Alessandra destaca a importância de os produtores buscarem orientação de engenheiros agrônomos. Esse profissional pode oferecer recomendações específicas para cada área afetada, assegurando que as práticas de recuperação sejam adequadas e personalizadas para cada caso. “Este é um dos serviços oferecidos pela Canaoeste”, ressalta.

“A restauração da estrutura e fertilidade do solo após as queimadas é essencial não apenas para a retomada da produtividade, mas também para a sustentabilidade a longo prazo da produção de cana-de-açúcar. Com a adoção de práticas corretas e o suporte técnico agronômico especializado, é possível mitigar os danos causados pelo fogo e promover um futuro sustentável para a agricultura”, conclui a engenheira agrônoma.